São Paulo, quarta-feira, 03 de outubro de 2007

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Entrada de estrangeiro na Bolsa é recorde

Após três meses de saída de recursos, investidor externo injeta R$ 3,81 bi na Bovespa em setembro, maior valor da história

Estrangeiros, responsáveis por 34% das operações na Bolsa de SP, intensificaram retorno ao país depois de o Fed reduzir os juros nos EUA

FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL

Depois de três meses de saída líquida, setembro foi marcado pela forte entrada de capital externo na Bolsa de Valores de São Paulo. O saldo das operações de compra e venda de ações feitas pelos investidores estrangeiros na Bovespa ficou positivo em R$ 3,811 bilhões no mês e superou o recorde anterior, de fevereiro de 2005.
Responsáveis por aproximadamente 34% das operações realizadas na Bolsa, os estrangeiros aceleraram sua entrada no mercado brasileiro após o Fed (Banco central dos EUA) reduzir a taxa básica do país de forma mais agressiva, de 5,25% para 4,75% anuais, no último dia 18. E esse movimento foi fundamental na condução da Bovespa a novos níveis recordes, além dos ganhos de 10,67% registrados no mês passado.
Mas esses investidores já demonstraram que, assim como entram rapidamente no mercado, podem vender ações com a mesma velocidade (o que pode derrubar a Bolsa).
Ontem, a Bovespa viveu um pregão de realização de lucros -o que significa que investidores venderam ações motivados pelos ganhos recentes. A Bolsa paulista caiu 0,52%. Apesar do recuo, a alta acumulada no ano segue elevada: 39,45%.
A queda de ontem mostra que, mesmo em um período de maior euforia, podem ocorrer pregões de baixa.
"Apesar de positivo, o cenário para a Bolsa é muito instável daqui para a frente", avalia o economista Luis Fernando Lopes, do Pátria Investimentos.
O índice Ibovespa, o mais relevante da Bolsa, terminou ontem aos 62.017 pontos, após o recorde histórico de 62.340 pontos de segunda-feira.
Em Nova York, o índice Dow Jones recuou 0,29%. Na segunda, o índice havia marcado seu recorde, de 14.087 pontos.
Os índices acionários foram criados para que os investidores pudessem acompanhar a oscilação média das ações. Quando a pontuação atinge um recorde, indica que as ações nunca valeram tanto. A partir de fórmulas matemáticas, que diferem de uma Bolsa a outra, são estipuladas as pontuações de referência de cada índice.
Na Bolsa de Valores de São Paulo, o índice mais importante é o Ibovespa, criado em 1968, que segue a variação de preços das 63 ações de maior liquidez.
Nos EUA, o Dow Jones, formado pelas 30 ações mais negociadas em Wall Street, é a principal referência do mercado acionário desde 1928.
O dólar interrompeu ontem uma seqüência de sete pregões de queda. Mesmo sem a intervenção do Banco Central, o dólar registrou alta de 0,83% e terminou a R$ 1,825. Porém a alta não tirou a moeda norte-americana de seus menores patamares dos últimos anos. Na segunda-feira, a moeda americana fechou a R$ 1,81, mais baixa cotação desde 2000.


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