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Entrada de estrangeiro na Bolsa é recorde
Após três meses de saída de recursos, investidor externo injeta R$ 3,81 bi na Bovespa em setembro, maior valor da história
Estrangeiros, responsáveis
por 34% das operações
na Bolsa de SP, intensificaram
retorno ao país depois de o
Fed reduzir os juros nos EUA
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Depois de três meses de saída
líquida, setembro foi marcado
pela forte entrada de capital externo na Bolsa de Valores de
São Paulo. O saldo das operações de compra e venda de
ações feitas pelos investidores
estrangeiros na Bovespa ficou
positivo em R$ 3,811 bilhões no
mês e superou o recorde anterior, de fevereiro de 2005.
Responsáveis por aproximadamente 34% das operações
realizadas na Bolsa, os estrangeiros aceleraram sua entrada
no mercado brasileiro após o
Fed (Banco central dos EUA)
reduzir a taxa básica do país de
forma mais agressiva, de 5,25%
para 4,75% anuais, no último
dia 18. E esse movimento foi
fundamental na condução da
Bovespa a novos níveis recordes, além dos ganhos de 10,67%
registrados no mês passado.
Mas esses investidores já demonstraram que, assim como
entram rapidamente no mercado, podem vender ações com
a mesma velocidade (o que pode derrubar a Bolsa).
Ontem, a Bovespa viveu um
pregão de realização de lucros
-o que significa que investidores venderam ações motivados
pelos ganhos recentes. A Bolsa
paulista caiu 0,52%. Apesar do
recuo, a alta acumulada no ano
segue elevada: 39,45%.
A queda de ontem mostra
que, mesmo em um período de
maior euforia, podem ocorrer
pregões de baixa.
"Apesar de positivo, o cenário para a Bolsa é muito instável
daqui para a frente", avalia o
economista Luis Fernando Lopes, do Pátria Investimentos.
O índice Ibovespa, o mais relevante da Bolsa, terminou ontem aos 62.017 pontos, após o
recorde histórico de 62.340
pontos de segunda-feira.
Em Nova York, o índice Dow
Jones recuou 0,29%. Na segunda, o índice havia marcado seu
recorde, de 14.087 pontos.
Os índices acionários foram
criados para que os investidores pudessem acompanhar a
oscilação média das ações.
Quando a pontuação atinge um
recorde, indica que as ações
nunca valeram tanto. A partir
de fórmulas matemáticas, que
diferem de uma Bolsa a outra,
são estipuladas as pontuações
de referência de cada índice.
Na Bolsa de Valores de São
Paulo, o índice mais importante é o Ibovespa, criado em 1968,
que segue a variação de preços
das 63 ações de maior liquidez.
Nos EUA, o Dow Jones, formado pelas 30 ações mais negociadas em Wall Street, é a
principal referência do mercado acionário desde 1928.
O dólar interrompeu ontem
uma seqüência de sete pregões
de queda. Mesmo sem a intervenção do Banco Central, o dólar registrou alta de 0,83% e
terminou a R$ 1,825. Porém a
alta não tirou a moeda norte-americana de seus menores patamares dos últimos anos. Na
segunda-feira, a moeda americana fechou a R$ 1,81, mais baixa cotação desde 2000.
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