São Paulo, domingo, 03 de novembro de 2002

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Construtora quer contrato "flexível"

DA REPORTAGEM LOCAL

Os aumentos de preços dos materiais de construção -no caso de alguns produtos chegam a 24% em 12 meses- estão levando as construtoras a pensar em reajustes flexíveis nos contratos inferiores a um ano -isto é, assim que o preço dos produtos sobe, o valor da obra é reajustado.
"Hoje, na hora de fechar um contrato, é mais interessante flexibilizar a cláusula que trata de reajuste do que adicionar uma inflação em cima de expectativa do que vai vir", afirma Artur Quaresma Filho, presidente do SindusCon-SP, sindicato que reúne a indústria paulista da construção.
Nos contratos de prazos acima de 12 meses, o reajuste é feito uma vez por ano de acordo com um índice, estabelecido pelas partes. Nesse caso, não é possível mexer, o que não vale para os contratos para obras menos demoradas.
Apesar de as construtoras estarem registrando "margens apertadíssimas de lucro" e existir negociações para repasse de aumentos de custos para os preços, diz, os empresários do setor não querem a volta da indexação.
Se a inflação persistir, diz, o grande desafio das construtoras será pensar numa fórmula para "não ser um setor incentivador da inflação e ao mesmo tempo não perder com a alta de preços".
Muitas construtoras, segundo ele, preferiram parar de vender neste momento para não correr o risco de entregar uma obra pelo preço menor do que ela custou.
Francisco Vasconcellos, vice-presidente do SindusCon e diretor da DP Engenharia, diz que a flexibilização de reajustes nos contratos inferiores a um ano é uma maneira de contornar a alta de preços, mas não significa reindexação.
"A flexibilização dos reajustes nos contratos é uma forma de dar mais abertura nas negociações no caso de a alta de preço inviabilizar o negócio", diz Vasconcellos. "Não significa indexação." Para Eduardo Zaidan, vice-presidente do SindusCon, se a inflação persistir, as novas obras serão inviabilizadas. (FF)


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