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Empresas já falam em parceria como opção
DA REPORTAGEM LOCAL
Tanto a Varig quanto a TAM
querem a manutenção do acordo
operacional (hoje as companhias
compartilham 60 rotas) e atribuem principalmente a esse mecanismo a melhoria em sua situação financeira.
A Varig defende inclusive a possibilidade da continuidade do
acordo operacional, com as duas
empresas funcionando debaixo
de uma holding, como uma alternativa à fusão.
De acordo com a companhia, o
"code share" (compartilhamento
de aeronaves pelas empresas), como aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa
Econômica), não está formalmente vinculado à necessidade de
fusão.
A Varig divulgou há duas semanas que a sua receita operacional
líquida no primeiro semestre de
2003 foi de R$ 3,475 milhões, alta
de 12% ante o mesmo período do
ano passado.
O prejuízo líquido da empresa
foi de R$ 291 milhões no período,
ante R$ 1,045 bilhão de janeiro a
junho de 2002. A empresa espera
neste ano o melhor resultado operacional em sete anos.
O diretor de planejamento de
rotas e aeroportos da TAM, Armando Lucente, também defende
a manutenção do acordo operacional, mas afirma que a empresa
"está se preparando, caso não haja o "code share" e a fusão, para
continuar sua vida solo".
Lucente diz que a postura do
Cade de que o mecanismo de "code share" é nocivo ao consumidor
é "equivocada".
"O compartilhamento é salutar
para o usuário. Antes do acordo, a
Varig voava às 9h de Guarulhos a
Salvador e a TAM às 9h08. Hoje
intercalamos vôos, com horários
às 9h e às 11h", afirma.
Para o diretor, o aumento nas
tarifas foi "uma recuperação de
preços após a guerra tarifária anterior ao compartilhamento".
Voando no azul
A empresa, que compartilha
63% dos vôos com a Varig, anunciou na última sexta-feira que voltou ao azul. Ela obteve um lucro
de R$ 87,7 milhões de janeiro a setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, a companhia teve um prejuízo de R$ 619,1
milhões.
A receita líquida com serviços
da companhia foi de R$ 958,1 milhões no terceiro trimestre, alta de
15,3% em relação ao trimestre anterior. A melhora foi atribuída pela empresa ao compartilhamento
de vôos com a Varig.
A maior parte do compartilhamento de vôos é realizado em linhas domésticas. Hoje há apenas
uma rota internacional compartilhada, para Buenos Aires.
Segundo um executivo de uma
companhia aérea concorrente, se
o compartilhamento de vôos não
for mantido, o resultado operacional de ambas as companhias
regredirá, o que determinaria a
volta da guerra de tarifas. Isso seria desvantajoso para todas as
companhias aéreas.
Mas a concorrência pode ser interessante para o consumidor, na
opinião de analistas.
De acordo com Roberto Müller,
porta-voz do banco Fator, que intermedeia a fusão, "é natural que
as empresas pensem em alternativas neste momento", caso a fusão
não ocorra.
(MP)
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