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São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

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Empresas já falam em parceria como opção

DA REPORTAGEM LOCAL

Tanto a Varig quanto a TAM querem a manutenção do acordo operacional (hoje as companhias compartilham 60 rotas) e atribuem principalmente a esse mecanismo a melhoria em sua situação financeira.
A Varig defende inclusive a possibilidade da continuidade do acordo operacional, com as duas empresas funcionando debaixo de uma holding, como uma alternativa à fusão.
De acordo com a companhia, o "code share" (compartilhamento de aeronaves pelas empresas), como aprovado pelo Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), não está formalmente vinculado à necessidade de fusão.
A Varig divulgou há duas semanas que a sua receita operacional líquida no primeiro semestre de 2003 foi de R$ 3,475 milhões, alta de 12% ante o mesmo período do ano passado.
O prejuízo líquido da empresa foi de R$ 291 milhões no período, ante R$ 1,045 bilhão de janeiro a junho de 2002. A empresa espera neste ano o melhor resultado operacional em sete anos.
O diretor de planejamento de rotas e aeroportos da TAM, Armando Lucente, também defende a manutenção do acordo operacional, mas afirma que a empresa "está se preparando, caso não haja o "code share" e a fusão, para continuar sua vida solo".
Lucente diz que a postura do Cade de que o mecanismo de "code share" é nocivo ao consumidor é "equivocada".
"O compartilhamento é salutar para o usuário. Antes do acordo, a Varig voava às 9h de Guarulhos a Salvador e a TAM às 9h08. Hoje intercalamos vôos, com horários às 9h e às 11h", afirma.
Para o diretor, o aumento nas tarifas foi "uma recuperação de preços após a guerra tarifária anterior ao compartilhamento".

Voando no azul
A empresa, que compartilha 63% dos vôos com a Varig, anunciou na última sexta-feira que voltou ao azul. Ela obteve um lucro de R$ 87,7 milhões de janeiro a setembro deste ano. No mesmo período do ano passado, a companhia teve um prejuízo de R$ 619,1 milhões.
A receita líquida com serviços da companhia foi de R$ 958,1 milhões no terceiro trimestre, alta de 15,3% em relação ao trimestre anterior. A melhora foi atribuída pela empresa ao compartilhamento de vôos com a Varig.
A maior parte do compartilhamento de vôos é realizado em linhas domésticas. Hoje há apenas uma rota internacional compartilhada, para Buenos Aires.
Segundo um executivo de uma companhia aérea concorrente, se o compartilhamento de vôos não for mantido, o resultado operacional de ambas as companhias regredirá, o que determinaria a volta da guerra de tarifas. Isso seria desvantajoso para todas as companhias aéreas.
Mas a concorrência pode ser interessante para o consumidor, na opinião de analistas.
De acordo com Roberto Müller, porta-voz do banco Fator, que intermedeia a fusão, "é natural que as empresas pensem em alternativas neste momento", caso a fusão não ocorra. (MP)


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