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São Paulo, segunda-feira, 03 de novembro de 2003

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Para Viegas, só união dá rentabilidade

ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A fusão das companhias Varig e TAM é a única solução disponível atualmente para assegurar a rentabilidade a longo prazo das empresas. Quem afirma é o ministro da Defesa, José Viegas.
"Todas as conversas, análises e estudos nos levaram à conclusão de que medidas como a fusão são as mais indicadas para melhorar a articulação entre oferta e demanda e o uso da malha, além de reduzir custos", afirmou o ministro, em entrevista à Folha.
Viegas fez questão de enfatizar que "a fusão não é um dogma". Ele disse que, se houver outro esquema que promova os mesmos resultados a um custo menor, o governo irá apoiá-lo. Sinalizou, no entanto, que não conhece nenhuma outra alternativa no momento para as aéreas.
"Confio na racionalidade. Se houver uma boa negociação, um tratamento lógico e sem emoção, acho que a fusão é muito provável", disse o ministro.

Alerta
Viegas voltou a alertar os dirigentes da Varig que passaram a confiar na possibilidade de a empresa sobreviver sozinha com base na melhora dos resultados operacionais dos últimos meses.
"Não se pode confundir fluxo de caixa com rentabilidade", afirmou o ministro, sem, no entanto, citar nominalmente nenhuma empresa.
Antes, ele já havia declarado à imprensa que a sustentabilidade de uma empresa não depende apenas do seu fluxo de caixa em alguns meses, mas da capacidade de honrar suas dívidas passadas e fazer frente aos gastos futuros.
O ministro já disse, recentemente, que o processo de fusão entre a Varig e a TAM está demorando mais do que o esperado.
A demora ocorre por conta da "quantidade enorme de detalhes técnicos", que estariam surgindo ao longo das negociações, mas o governo não mencionou quais seriam esses detalhes.

Sem ajuda
Até meados de outubro, segundo o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento Econômico e Social), Carlos Lessa, as duas empresas ainda não haviam apresentado ao banco uma carta-consulta com o pedido de financiamento para viabilizar a criação da nova empresa.
Essa nova companhia surgiria como consequência da união de TAM e Varig.
A possibilidade de o banco emprestar recursos à Varig, que opera hoje com prejuízo, já foi descartada pelo BNDES.
A companhia alega que existem dificuldades financeiras para manter suas operações em pé até a assinatura de um acordo final com a TAM.
O contrato de associação entre a Varig e a TAM, assinado em setembro deste ano, estabelece um prazo de 120 dias, cerca de quatro meses, prorrogável por mais 90, para que as duas partes assinem a fusão definitiva.


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