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Para Viegas, só união dá rentabilidade
ANDRÉ SOLIANI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A fusão das companhias Varig e
TAM é a única solução disponível
atualmente para assegurar a rentabilidade a longo prazo das empresas. Quem afirma é o ministro
da Defesa, José Viegas.
"Todas as conversas, análises e
estudos nos levaram à conclusão
de que medidas como a fusão são
as mais indicadas para melhorar a
articulação entre oferta e demanda e o uso da malha, além de reduzir custos", afirmou o ministro,
em entrevista à Folha.
Viegas fez questão de enfatizar
que "a fusão não é um dogma".
Ele disse que, se houver outro esquema que promova os mesmos
resultados a um custo menor, o
governo irá apoiá-lo. Sinalizou,
no entanto, que não conhece nenhuma outra alternativa no momento para as aéreas.
"Confio na racionalidade. Se
houver uma boa negociação, um
tratamento lógico e sem emoção,
acho que a fusão é muito provável", disse o ministro.
Alerta
Viegas voltou a alertar os dirigentes da Varig que passaram a
confiar na possibilidade de a empresa sobreviver sozinha com base na melhora dos resultados operacionais dos últimos meses.
"Não se pode confundir fluxo
de caixa com rentabilidade", afirmou o ministro, sem, no entanto,
citar nominalmente nenhuma
empresa.
Antes, ele já havia declarado à
imprensa que a sustentabilidade
de uma empresa não depende
apenas do seu fluxo de caixa em
alguns meses, mas da capacidade
de honrar suas dívidas passadas e
fazer frente aos gastos futuros.
O ministro já disse, recentemente, que o processo de fusão
entre a Varig e a TAM está demorando mais do que o esperado.
A demora ocorre por conta da
"quantidade enorme de detalhes
técnicos", que estariam surgindo
ao longo das negociações, mas o
governo não mencionou quais seriam esses detalhes.
Sem ajuda
Até meados de outubro, segundo o presidente do BNDES (Banco Nacional de Desenvolvimento
Econômico e Social), Carlos Lessa, as duas empresas ainda não
haviam apresentado ao banco
uma carta-consulta com o pedido
de financiamento para viabilizar a
criação da nova empresa.
Essa nova companhia surgiria
como consequência da união de
TAM e Varig.
A possibilidade de o banco emprestar recursos à Varig, que opera hoje com prejuízo, já foi descartada pelo BNDES.
A companhia alega que existem
dificuldades financeiras para
manter suas operações em pé até
a assinatura de um acordo final
com a TAM.
O contrato de associação entre a
Varig e a TAM, assinado em setembro deste ano, estabelece um
prazo de 120 dias, cerca de quatro
meses, prorrogável por mais 90,
para que as duas partes assinem a
fusão definitiva.
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