|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
CRISE NO AR
Empresa avisa passageiros antes e fala em "problemas operacionais"
Vasp cancela 4 vôos em Salvador
LUIZ FRANCISCO
DA AGÊNCIA FOLHA, EM SALVADOR
Quatro vôos da Vasp foram
cancelados na manhã de ontem
em Salvador, mas não houve registro de nenhum tumulto no Aeroporto Internacional Luís
Eduardo Magalhães -quase todos os passageiros foram avisados
com antecedência. Em nota, a
empresa justificou o cancelamento alegando "problemas operacionais", sem relatar, contudo, a
origem da decisão.
Os vôos de número 4195 (que
vinha de Maceió/Aracaju) e 4253
(Natal/Recife) deveriam aterrissar na capital baiana às 6h45. O
vôo das 7h10 com destino a Rio de
Janeiro/São Paulo/Porto Alegre e
o vôo das 7h15 com saída para
Brasília/Belo Horizonte/Vitória
também foram cancelados.
Os passageiros foram transferidos para outras companhias aéreas. De acordo com informações
do relações públicas da empresa,
Fernando Coelho, apenas dois
passageiros não foram avisados
sobre o cancelamento dos vôos.
Segundo a Vasp, o passageiro
que se sentir prejudicado poderá
prestar queixa no DAC (Departamento de Aviação Civil) ou pedir
providências ao gerente da empresa na Bahia.
No início da tarde, a companhia
informou que o problema foi contornado e que todos os vôos (saindo ou chegando à capital baiana)
estavam confirmados. Há pouco
mais de um mês, por causa de
uma greve de funcionários, pelo
menos oito vôos da Vasp foram
cancelados em Salvador.
No final da manhã, a médica
paulista Daise Ferreira, 41, disse
que não quer "saber mais" de
comprar bilhetes da Vasp. "A
gente compra, mas não sabe se vai
voar. Para quem trabalha ou tem
outro compromisso, não dá para
viver na incerteza. Não sei como o
governo ainda deixa a Vasp voar,
enganando clientes."
A crise da empresa começou a
ganhar maiores proporções em
setembro. No dia 21, por causa de
atraso no pagamento dos salários,
os funcionários da Vasp entraram
em greve, atrasando 27 vôos. Dois
dias depois, o DAC tirou de operação seis aeronaves da empresa
por excesso de uso.
No dia 28, a Vasp pagou os salários, e os funcionários voltaram
ao trabalho. Mas, apesar do fim da
paralisação, vôos da empresa
atrasaram novamente devido a
problemas para abastecer os
aviões e redução de frota.
No início do mês passado, a
Vasp entregou ao governo seu
plano de recuperação. O governo
decidiu prorrogar por mais seis
meses a concessão provisória que
permite à empresa operar. Em
troca, a Vasp reverteu demissões,
abriu um programa de demissão
voluntária e recorreu contra o pedido de falência pela GE (General
Electric), que faz a manutenção de
aviões da empresa.
Texto Anterior: Opinião econômica - José Márcio Camargo: PPP, eficiência e risco Próximo Texto: Carros: Venda de veículos até outubro aumenta 11% Índice
|