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CAPITALISMO VERMELHO
Endividamento caiu em 2003; 86 das 100 maiores companhias aumentaram a rentabilidade
Grandes empresas chinesas lucram mais
DA REDAÇÃO
As grandes empresas chinesas
conseguiram aumentar seus lucros e, ao mesmo tempo, reduzir
o peso de suas dívidas em 2003,
mostra relatório da agência de
classificação de riscos norte-americana Standard & Poor's, divulgado na semana passada.
Segundo o relatório, 86 das 100
maiores companhias chinesas registraram melhora de rentabilidade no ano passado. O aumento
dos preços do petróleo e das commodities, avalia a Standard &
Poor's, explica parte importante
dos resultados, já que entre as indústrias com desempenho mais
significativo estão as companhias
de petróleo. Setores como o de telecomunicações também tiveram
desempenho positivo.
Os resultados tranqüilizam analistas que temem que, com o aperto monetário promovido nos últimos meses pelo governo chinês,
as empresas instaladas no país
não consigam se adaptar a um
ambiente econômico diferente do
atual, com taxas de crescimento
menos espetaculares.
Pelo menos as grandes empresas, mostra o estudo, parecem
preparadas para enfrentar cenários menos róseos que o atual. No
ano passado, as receitas das cem
maiores companhias pesquisadas
aumentou 29,9%, taxa bem superior ao aumento de 14,2% de 2002.
O endividamento das empresas
também melhorou. O total das dívidas, que correspondia a 25% do
capital em 2002, representava, no
ano passado, 22,7%.
Empresas estatais como a PetroChina, a China Petroleum e
Chemical e a CNOOC estão entre
as mais lucrativas, resultado explicado pela alta do barril de petróleo. As empresas do setor e as
companhias da área petroquímica respondem por 41% das receitas totais das cem maiores empresas. Elas são seguidas pelo setor de
telecomunicações, com 16%.
"De maneira geral, a qualidade
do crédito das companhias industriais está melhorando", diz John
Bailey, diretor da Standard &
Poor's. Ele nota, no entanto, que
há exceções, e que, assim como as
altas do petróleo e das commodities ajudaram uma parte importante do setor industrial, também
contribuíram para reduzir os lucros de outros setores, que também enfrentam problemas por terem excesso de capacidade instalada e, ao mesmo tempo, enfrentarem concorrência cada vez mais
acirrada. "Algumas empresas estão se tornando organizações de
classe internacional, enquanto
outras terão dificuldades para
competir."
Bailey diz que essas empresas
não devem ter dificuldades para
enfrentar o novo cenário econômico -na semana passada, em
mais uma tentativa para desacelerar a economia, as autoridades
chinesas elevaram a taxa de juros.
O relatório faz alguns alertas sobre a situação das empresas: para
muitos produtores, os custos estão subindo, ao mesmo tempo em
que a concorrência causa queda
nos preços; ainda existem gargalos na infra-estrutura, como nos
setores de transporte e de energia.
A rentabilidade, diz Bailey, deve
crescer menos a partir de agora, à
medida que os preços do petróleo
e das commodities se estabilizem.
Investimentos
Apesar das preocupações, muitas empresas mantêm seus planos. As autoridades chinesas
aprovaram plano de investimento
da Mercedes Benz, que anunciou
uma "joint venture" com uma
empresa chinesa para a instalação
de um centro de pesquisa e desenvolvimento e de uma fábrica que
deve consumir investimentos de
cerca de US$ 1,2 bilhão.
Com agências internacionais
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