São Paulo, quarta-feira, 03 de novembro de 2004

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CAPITALISMO VERMELHO

Endividamento caiu em 2003; 86 das 100 maiores companhias aumentaram a rentabilidade

Grandes empresas chinesas lucram mais

DA REDAÇÃO

As grandes empresas chinesas conseguiram aumentar seus lucros e, ao mesmo tempo, reduzir o peso de suas dívidas em 2003, mostra relatório da agência de classificação de riscos norte-americana Standard & Poor's, divulgado na semana passada.
Segundo o relatório, 86 das 100 maiores companhias chinesas registraram melhora de rentabilidade no ano passado. O aumento dos preços do petróleo e das commodities, avalia a Standard & Poor's, explica parte importante dos resultados, já que entre as indústrias com desempenho mais significativo estão as companhias de petróleo. Setores como o de telecomunicações também tiveram desempenho positivo.
Os resultados tranqüilizam analistas que temem que, com o aperto monetário promovido nos últimos meses pelo governo chinês, as empresas instaladas no país não consigam se adaptar a um ambiente econômico diferente do atual, com taxas de crescimento menos espetaculares.
Pelo menos as grandes empresas, mostra o estudo, parecem preparadas para enfrentar cenários menos róseos que o atual. No ano passado, as receitas das cem maiores companhias pesquisadas aumentou 29,9%, taxa bem superior ao aumento de 14,2% de 2002. O endividamento das empresas também melhorou. O total das dívidas, que correspondia a 25% do capital em 2002, representava, no ano passado, 22,7%.
Empresas estatais como a PetroChina, a China Petroleum e Chemical e a CNOOC estão entre as mais lucrativas, resultado explicado pela alta do barril de petróleo. As empresas do setor e as companhias da área petroquímica respondem por 41% das receitas totais das cem maiores empresas. Elas são seguidas pelo setor de telecomunicações, com 16%.
"De maneira geral, a qualidade do crédito das companhias industriais está melhorando", diz John Bailey, diretor da Standard & Poor's. Ele nota, no entanto, que há exceções, e que, assim como as altas do petróleo e das commodities ajudaram uma parte importante do setor industrial, também contribuíram para reduzir os lucros de outros setores, que também enfrentam problemas por terem excesso de capacidade instalada e, ao mesmo tempo, enfrentarem concorrência cada vez mais acirrada. "Algumas empresas estão se tornando organizações de classe internacional, enquanto outras terão dificuldades para competir."
Bailey diz que essas empresas não devem ter dificuldades para enfrentar o novo cenário econômico -na semana passada, em mais uma tentativa para desacelerar a economia, as autoridades chinesas elevaram a taxa de juros.
O relatório faz alguns alertas sobre a situação das empresas: para muitos produtores, os custos estão subindo, ao mesmo tempo em que a concorrência causa queda nos preços; ainda existem gargalos na infra-estrutura, como nos setores de transporte e de energia. A rentabilidade, diz Bailey, deve crescer menos a partir de agora, à medida que os preços do petróleo e das commodities se estabilizem.

Investimentos
Apesar das preocupações, muitas empresas mantêm seus planos. As autoridades chinesas aprovaram plano de investimento da Mercedes Benz, que anunciou uma "joint venture" com uma empresa chinesa para a instalação de um centro de pesquisa e desenvolvimento e de uma fábrica que deve consumir investimentos de cerca de US$ 1,2 bilhão.


Com agências internacionais


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