São Paulo, sábado, 03 de novembro de 2007

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Dado de emprego nos EUA alivia tensão nos mercados

Criação de novos postos superou a expectativa e diminuiu temor de recessão

Possível encontro no fim de semana do Citi também animou investidores; Dow Jones subiu 0,2% e Nasdaq registrou alta de 0,56%

Mike Groll/Associated Press
Trabalhador em andaime nos EUA; 166 mil postos foram criados


DA REDAÇÃO

Após um dia de perdas expressivas na quinta, os mercados nos EUA tiveram uma leve recuperação ontem. Dados de criação de empregos reduziram o temor de recessão na principal economia mundial.
Números do governo americano mostraram que foram criados no mês passado 166 mil empregos -mais que o dobro do esperado por analistas-, sugerindo que o mercado de trabalho possa auxiliar a economia no momento em que a crise imobiliária piora cada vez mais.
Esses dados, afirmam analistas, tornam mais improvável um novo corte nos juros pelo Fed (Federal Reserve, o banco central americano) ainda neste ano. Na reunião desta semana, a entidade reduziu em 0,25 ponto percentual a taxa de juros básica, para 4,5%.
Apesar dos dados positivos, o índice Dow Jones, o principal da Bolsa de Nova York, operou a maior parte do dia em pequena baixa, com os grandes bancos continuando a ser o principal alvo das preocupações dos investidores. No final do pregão, porém, a notícia de que o Citigroup fará uma reunião de emergência no fim de semana animou o mercado, e o índice terminou em alta de 0,2%.
A Nasdaq subiu 0,56%, e o S&P 500, 1,23%. A Bovespa não operou devido ao feriado de Finados -na quinta-feira, ela tinha caído 1,94%.
Segundo o "Wall Street Journal", a reunião do Citigroup, um dos maiores bancos do mundo, pode discutir até a saída do seu presidente, Charles Prince. O ex-secretário do Tesouro dos Estados Unidos Robert Rubin teria sido convidado para assumir o cargo interinamente, mas recusado. Especula-se também que o banco possa anunciar novos prejuízos com o mercado de crédito imobiliário americano.
O banco já perdeu mais de 20% do seu valor de mercado desde 12 de outubro, um dia antes de anunciar que teve uma queda de 57% em seu lucro no terceiro trimestre ante o mesmo período de 2006, devido a perdas com títulos lastreados em hipotecas "subprime" (de alto risco) nos EUA. As ações do Citi caíram 2,03% ontem.
As fortes quedas nas Bolsas mundiais na quinta foram provocadas, principalmente, pelo rebaixamento da nota do Citigroup por parte da consultoria CIBC World Markets, do Credit Suisse. E o Morgan Stanley rebaixou o Citi e outras grandes instituições.
Os bancos continuaram ontem a ser alvo das preocupações dos investidores. As ações do Merrill Lynch se desvalorizaram em 7,9% depois que reportagem do "Wall Street Journal" mostrou que a instituição pode ter realizado manobras financeiras para esconder as suas perdas com o mercado "subprime". Bear Stearns, Morgan Stanley e Goldman Sachs também registraram perdas expressivas.
Na Europa, a principal notícia do dia foi o rebaixamento, pelo UBS, da nota do Fortis -banco que adquiriu o ABN Amro ao lado de Santander e RBS. Segundo o UBS, o banco belga foi menos transparente sobre os problemas com "subprime" que outras instituições. A Bolsa de Londres teve queda de 0,84%, Frankfurt caiu 0,40%, e Paris, 0,18%.


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