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Construtoras terão socorro de R$ 3 bi do FGTS
Com a decisão do Conselho Curador, recursos do fundo disponíveis para o setor somarão R$ 13,4 bilhões no próximo ano
Juros do financiamento a famílias que ganham até
R$ 2.000 vão cair um ponto percentual em 2009, para
o patamar de 7,16% ao ano
JULIANNA SOFIA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Conselho Curador do
FGTS (Fundo de Garantia do
Tempo de Serviço) aprovou ontem a criação de uma linha de
crédito emergencial de R$ 3 bilhões para socorrer construtoras. O financiamento será liberado a partir de 2009 e contará
com juros de 7% a 9% ao ano
mais TR (Taxa Referencial).
"As empresas estão com dificuldade de crédito. Com essa
nova linha vamos aquecer o
mercado de construção e gerar
empregos", afirmou o ministro
do Trabalho e presidente do
fundo, Carlos Lupi. A proposta
do ministério previa a liberação
de R$ 12 bilhões até 2011, mas
os valores foram vetados pelo
Ministério da Fazenda.
Segundo o secretário-executivo do FGTS, Paulo Furtado, a
nova linha não adotará os mecanismos tradicionais de empréstimo às empresas. O dinheiro será liberado via compra de debêntures (papéis das
construtoras), fundos imobiliários ou recebíveis. "Isso vai permitir que uma empresa que já
tenha um empreendimento na
planta que está parado possa
usar os recursos. Várias empresas médias ou pequenas podem
se unir e fazer um fundo imobiliário. Uma empresa grande pode lançar uma debênture", disse Furtado. Ele acrescentou
que a linha emergencial será
avaliada em 2009, podendo virar uma modalidade perene.
Pelas regras definidas no
conselho, o FGTS financiará
até 80% dos empreendimentos
imobiliários. Os juros de 7%
mais TR valerão para incorporações cujas unidades sejam
avaliadas em até R$ 130 mil.
Acima desse valor, a taxa será
de 9% mais TR. Todos os empreendimentos precisam seguir as regras do SFH (Sistema
Financeiro de Habitação).
O FGTS já tinha uma linha de
apoio à produção no setor imobiliário, que contava com apenas R$ 600 milhões neste ano.
Em outubro, diante da escassez
de crédito no mercado, a Caixa
Econômica Federal anunciou
uma linha especial de R$ 3 bilhões para capital de giro das
construtoras. Com a decisão do
conselho de ontem, o setor habitacional disporá de R$ 13,4
bilhões do FGTS em 2009.
Os conselheiros também
aprovaram a redução dos juros
de empréstimos a famílias com
renda até R$ 2.000. A taxa final
cairá de 8,16% ao ano mais TR
para 7,16% (já incluindo o custo
da Caixa na operação) em
2009. Para cotistas do FGTS,
que têm desconto de 0,5 ponto
nos juros, a taxa cai de 7,66% ao
ano mais TR para 6,66%.
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