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Caixa bate recorde em financiamento habitacional
TATIANA RESENDE
DA REDAÇÃO
A crise no mercado financeiro internacional ainda não teve
reflexos no financiamento habitacional da Caixa Econômica
Federal, que bateu recorde ao
emprestar R$ 20,4 bilhões neste ano até novembro, 60% acima do mesmo período de 2007,
em 446 mil contratos. Para todo o ano, a projeção é chegar a
R$ 22,8 bilhões, com crescimento de 50% no confronto
com o ano anterior.
Para 2009, o orçamento ainda não está fechado, mas o vice-presidente do banco, Jorge Hereda, prevê aumento de até
20% no valor a ser emprestado.
"Queremos manter as condições de contratação [de juros e
prazos] e sempre tentar aumentar a participação da Caixa
nesse setor", afirmou. O banco
detém 36% dos contratos em
valor e 68% em quantidade dos
financiamentos com recursos
da poupança.
Neste ano, até o final de outubro, a inadimplência acima de
90 dias atingiu 0,3% dos contratos, considerando valor ou
quantidade, contra 1,7%, nas
duas análises, no ano passado.
Para a superintendente nacional de habitação da Caixa,
Bernadete Maria Pinheiro, essa
queda se deve ao aprimoramento do sistema de análise
dos clientes e à alienação fiduciária, que permite a retomada
do imóvel em caso de inadimplência em um curto espaço de
tempo. Além disso, a Caixa financia, na média, 49,8% do valor do imóvel, sendo 69,2% do
total nos empréstimos com recursos do FGTS (Fundo de Garantia por Tempo de Serviço) e
46% nos com dinheiro da poupança. Para não perder o que já
foi investido, avalia a superintendente do banco, o cliente
prioriza o pagamento das prestações, mesmo em tempos de
dificuldades.
Efeito em 2009
Fábio Silveira, sócio-diretor
da RC Consultores, prevê que
os efeitos da crise internacional
devem atingir o mercado imobiliário mais intensamente no
segundo semestre do próximo
ano, com risco maior de inadimplência e desaceleração nas
contratações. "O consumidor
vai ficar mais cauteloso em
contrair dívidas de longo prazo", argumentou.
Sobre o empréstimo de R$ 2
bilhões para a Petrobras, Hereda afirmou que o banco foi procurado também por outras
grandes empresas do país, com
dificuldades de conseguir crédito no exterior, e reiterou que
a operação foi feita "dentro dos
critérios de mercado".
"A Caixa não deixou de atender ninguém para atender a Petrobras", disse, quando questionado sobre a possibilidade
de o banco ter negado financiamento a pequenas empresas
para garantir o empréstimo bilionário à estatal. "Temos espaço razoável para crescer dentro
do crédito para pessoa jurídica", ressaltou.
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