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Petrobras deixa Instituto Ethos e se diz "perseguida"
Empresa acusa governos de SP e MG de difamá-la
AFRA BALAZINA
DA REPORTAGEM LOCAL
A Petrobras decidiu se desligar do Instituto Ethos de Empresas e Responsabilidade Social e afirmou ser vítima de
uma campanha difamatória
por parte dos governos de São
Paulo e Minas Gerais.
A briga, que agora tomou viés
político, tem como causa o diesel distribuído no país. Uma resolução do Conselho Nacional
do Meio Ambiente obrigava
que o Brasil tivesse um diesel
menos poluente a partir de
2009. Petrobras e montadoras,
porém, disseram que não teriam tempo para se adequar à
norma, criada em 2002, e acabaram firmando um Termo de
Ajustamento de Conduta.
A mobilização pelo cumprimento da resolução foi capitaneada pelo Movimento Nossa
São Paulo, liderado por Oded
Grajew -que também é presidente do Conselho Deliberativo do Instituto Ethos.
Nota da empresa divulgada
ontem diz que a Petrobras
"vem sendo alvo de uma campanha articulada com o objetivo de atingir a imagem da companhia e questionar a seriedade
e eficiência de sua administração". E diz ter decidido se desligar do Ethos "por entender que
o grupo de pessoas e entidades
responsável por essa campanha contra a companhia encontra respaldo no instituto".
O texto fala, também, que a
ação é política e que "o grupo de
pessoas que atua de forma deliberada e difamatória contra a
Petrobras é composto por integrantes das Secretarias de Meio
Ambiente dos Estados de São
Paulo e Minas Gerais", além da
Secretaria Municipal do Verde
e Meio Ambiente de SP.
Oded Grajew afirma que não
pode ser acusado de ação política. "Se tem alguém insuspeito,
sou eu. Sempre dei todo o apoio
ao [presidente] Lula, eu que
abri as portas do mundo empresarial para ele", afirmou.
O presidente do Instituto
Ethos, Ricardo Young, lamentou a decisão. "Queríamos ver a
Petrobras enfrentando o problema. Acho que esse é mais
um equívoco." Ele ressaltou
que a empresa neste ano foi
condenada pelo Conar (Conselho Nacional de Auto-Regulamentação Publicitária) e excluída da carteira do ISE (Índice de Sustentabilidade Empresarial) da BM&F Bovespa. A
Folha procurou as secretarias
estadual e municipal de meio
ambiente de SP, mas não houve
resposta até o fechamento desta edição. A reportagem não
conseguiu contato com a secretaria de meio ambiente de MG.
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