São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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ENERGIA

Greve na Venezuela e redução dos estoques nos EUA elevam as cotações

Preços do petróleo têm nova alta

DA REDAÇÃO

Os preços do petróleo continuaram subindo ontem nos mercados internacionais devido ao temor de que a greve geral que atinge a Venezuela provoque uma crise no abastecimento do produto nos Estados Unidos.
Os estoques americanos de petróleo estão diminuindo justamente durante o inverno no país, período em que mais se gasta energia. Normalmente, nesta época do ano os estoques de petróleo estariam no pico nos Estados Unidos.
Ontem, o preço do barril fechou cotado a US$ 33,08 em Nova York, com alta de 3,86% em relação ao dia anterior. Em Londres, a cotação ficou em US$ 30,78, com alta de 4,59%.
Os negociantes do produto estão ansiosos por dois motivos. Em primeiro lugar, a greve na Venezuela pode levar a uma crise de suprimento no país. A outra razão é o temor de que os Estados Unidos se lancem em uma guerra contra o Iraque, que poderia piorar a situação se as exportações forem paralisadas.
"O sistema mundial de petróleo terá uma cobertura extremamente ruim no início do que talvez seja o período geopolítico mais incerto dos últimos 20 anos", afirmou Paul Horsnell, do banco de investimento JP Morgan.
Os estoques nos Estados Unidos, o maior consumidor mundial do produto, caíram 16 milhões de barris, segundo dados divulgados pelo governo.
"Outra queda dessa magnitude traria os estoques para o nível mais baixo desde 1976, e removeria toda a flexibilidade operacional que ainda resta ao sistema", disse Horsnell.
Segundo o analista, os preços atuais do petróleo, já altos o suficiente para prejudicar o crescimento econômico no mundo industrializado, têm ainda que refletir a dimensão real do problema do suprimento.
A Venezuela é o quinto maior exportador mundial do produto e costuma ser responsável por 13% do fornecimento para os Estados Unidos. Enquanto fornecimento e estoques caem, o consumo de petróleo sobe nos Estados Unidos. Em dezembro do ano passado subiu 5% e a previsão é que aumente ainda mais neste inverno.


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