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TELES
Ações da empresa registraram forte alta na Bovespa
Embratel anuncia possível acordo com credor para próxima semana
DA FOLHA ONLINE
A Embratel informou ontem
que espera fechar na próxima semana o acordo com seus credores
para a renegociação da dívida que
vence neste ano.
Segundo a empresa, "ainda falta
fechar as negociações com alguns
bancos". Oficialmente, a Embratel só confirma a adesão do BBA à
proposta de refinanciamento.
Mas outros bancos, como Bradesco, Santander, Itaú, além da agência de crédito EDC, já teriam aceito a proposta. O Bank of America,
principal credor da Embratel,
também já teria fechado uma posição com a operadora.
As ações da empresa registraram forte alta pelo segundo dia
seguido na Bovespa devido à expectativa de sucesso nas negociações. Ontem, os papéis preferenciais 4,41% e os ordinários subiram 2,35%.
As negociações da Embratel
com seus credores envolvem uma
dívida de US$ 790 milhões que
vencem neste ano, sendo que
38,8% desse valor tem de ser pago
até março. A dívida total da empresa é de US$ 1,3 bilhão.
O relatório de um dos bancos
envolvidos no negócio diz que
"nos termos do projeto, que já foi
exibido à Anatel, a companhia
propõe pagar agora 10% da dívida
com vencimento em 2003 e 2004
em troca da aceitação da rolagem
da dívida pelos bancos."
Além disso, na data de vencimento de cada linha de crédito, a
empresa pagaria mais 10%.
Segundo Jacqueline Lison, analista do setor de telecomunicações
da Fator Doria Atherino, o fechamento da renegociação da dívida
é positivo, mas desde que o custo
da rolagem não seja muito alto.
Hoje, a empresa paga juros baixos sobre o total dos débitos, mas
o maior problema é que a dívida é
100% em dólar. "Para a Embratel,
não basta alongar, tem de mudar
o perfil [da dívida"", diz Lison.
A variação cambial tem castigado a empresa desde 1999, quando
outras companhias do setor, também expostas em câmbio, resolveram fazer "hedge" (proteção
cambial) de suas dívidas, caminho que a companhia não seguiu,
segundo Lison.
Segundo a analista, a segunda
etapa da reestruturação das dívidas da empresa deverá ser reduzir
sua exposição em moeda estrangeira. "A própria Embratel admite que o ideal seria ter pelo menos
40% do endividamento em reais."
Além das notícias sobre a dívida
da companhia, o movimento das
ações da Embratel também tem
sido influenciado pela possibilidade de venda da operadora para
as três grandes concessionárias de
telefonia fixa (Telefônica, Brasil
Telecom e Telemar).
Essa venda poderia se dar a partir de julho, por um fundo formado pelo banco de investimentos
Bassini, Playfair & Wright.
Até julho, as empresas do setor
devem definir se renovarão os
contratos de concessão que vencem em 2005. As regras dos novos
contratos, segundo analistas, beneficiam a empresa, pois serão separados os serviços locais dos de
longa distância.
Colaborou a Reportagem Local
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