São Paulo, sábado, 04 de janeiro de 2003

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TELES

Ações da empresa registraram forte alta na Bovespa

Embratel anuncia possível acordo com credor para próxima semana

DA FOLHA ONLINE

A Embratel informou ontem que espera fechar na próxima semana o acordo com seus credores para a renegociação da dívida que vence neste ano.
Segundo a empresa, "ainda falta fechar as negociações com alguns bancos". Oficialmente, a Embratel só confirma a adesão do BBA à proposta de refinanciamento. Mas outros bancos, como Bradesco, Santander, Itaú, além da agência de crédito EDC, já teriam aceito a proposta. O Bank of America, principal credor da Embratel, também já teria fechado uma posição com a operadora.
As ações da empresa registraram forte alta pelo segundo dia seguido na Bovespa devido à expectativa de sucesso nas negociações. Ontem, os papéis preferenciais 4,41% e os ordinários subiram 2,35%.
As negociações da Embratel com seus credores envolvem uma dívida de US$ 790 milhões que vencem neste ano, sendo que 38,8% desse valor tem de ser pago até março. A dívida total da empresa é de US$ 1,3 bilhão.
O relatório de um dos bancos envolvidos no negócio diz que "nos termos do projeto, que já foi exibido à Anatel, a companhia propõe pagar agora 10% da dívida com vencimento em 2003 e 2004 em troca da aceitação da rolagem da dívida pelos bancos."
Além disso, na data de vencimento de cada linha de crédito, a empresa pagaria mais 10%.
Segundo Jacqueline Lison, analista do setor de telecomunicações da Fator Doria Atherino, o fechamento da renegociação da dívida é positivo, mas desde que o custo da rolagem não seja muito alto.
Hoje, a empresa paga juros baixos sobre o total dos débitos, mas o maior problema é que a dívida é 100% em dólar. "Para a Embratel, não basta alongar, tem de mudar o perfil [da dívida"", diz Lison.
A variação cambial tem castigado a empresa desde 1999, quando outras companhias do setor, também expostas em câmbio, resolveram fazer "hedge" (proteção cambial) de suas dívidas, caminho que a companhia não seguiu, segundo Lison.
Segundo a analista, a segunda etapa da reestruturação das dívidas da empresa deverá ser reduzir sua exposição em moeda estrangeira. "A própria Embratel admite que o ideal seria ter pelo menos 40% do endividamento em reais."
Além das notícias sobre a dívida da companhia, o movimento das ações da Embratel também tem sido influenciado pela possibilidade de venda da operadora para as três grandes concessionárias de telefonia fixa (Telefônica, Brasil Telecom e Telemar).
Essa venda poderia se dar a partir de julho, por um fundo formado pelo banco de investimentos Bassini, Playfair & Wright.
Até julho, as empresas do setor devem definir se renovarão os contratos de concessão que vencem em 2005. As regras dos novos contratos, segundo analistas, beneficiam a empresa, pois serão separados os serviços locais dos de longa distância.


Colaborou a Reportagem Local



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