São Paulo, Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2000


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PREÇOS
Taxa de janeiro é de 0,57%, contra 0,49% em dezembro, mas tendência é de queda neste mês e em março
Para a Fipe, inflação tende a cair em SP

ALESSANDRA KIANEK
da Redação

As matrículas e mensalidades escolares pressionaram a inflação de janeiro em São Paulo. A Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) apurou que a taxa de inflação no mês passado foi de 0,57%, contra 0,49% em dezembro.
Esse resultado está dentro do que a Fipe esperava. No início do mês passado, o economista e coordenador do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) da Fipe, Heron do Carmo, previa que a taxa fosse ficar em 0,50%. Na semana passada, com o aumento mais acentuado do grupo educação, a previsão passou para 0,60%.
Para Heron do Carmo, uma taxa em torno de 0,50% é um bom resultado e está compatível com a meta de inflação do FMI (Fundo Monetário Internacional) para este ano. "Além do mais, o resultado é ainda melhor se for levado em consideração que tradicionalmente a taxa registrada nos meses de janeiro fica acima da média mensal."
O grupo educação, que teve alta de 7,34%, foi o que mais pressionou a taxa de janeiro. Se não fosse o aumento desse grupo, o índice geral teria ficado em 0,30%.
As matrículas e mensalidades escolares, principais responsáveis pelo aumento do grupo, subiram 8,30% em janeiro. A pressão foi maior no ensino superior, que sofreu reajuste de 11,45%. No ensino médio, a alta foi de 7,24%.
No ano passado, as matrículas e mensalidades subiram apenas 0,54%. Segundo Heron do Carmo, dois motivos influenciaram o aumento das matrículas neste ano.
O primeiro foi a baixa inflação de 98, o que não justificava um aumento nas matrículas em 99. O segundo veio do fato de que as entidades filantrópicas passaram a pagar contribuições sociais, o que não ocorria antes. Isso aumentou o custo dessas escolas, segundo ele.
O grupo habitação, que com a nova POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) passou a ser o grupo de maior peso no índice, subiu 0,40% em janeiro. As tarifas de telefones, que tiveram pressão significativa nesse grupo, subiram 2,71%.
Já os alimentos tiveram alta de 0,60% em janeiro. A maior pressão veio dos produtos "in natura", com alta de 3,93%, devido aos efeitos climáticos. Já os alimentos semi-elaborados tiveram queda de 1,49%.
A previsão da Fipe para a inflação deste mês é de 0,20%. Segundo Heron do Carmo, a estimativa está mais otimista agora porque não haverá mais pressão no índice pelo aumento das escolas; os efeitos dos hortifrutigranjeiros serão menores; as liquidações do vestuário serão mais acentuadas; e os combustíveis poderão cair mais.
Para março, a previsão é que a inflação também fique em 0,20%, o que reduzirá a taxa acumulada de 12 meses para 7%. Nos últimos 12 meses até janeiro, a taxa acumulada é de 8,71%.
A Fipe mantém a previsão de taxa de 6% a 6,5% para este ano, dependendo apenas dos aumentos das tarifas públicas que o governo autorizar.
Na opinião de Heron do Carmo, a decisão do Fed (banco central norte-americano) de aumentar a taxa de juros em 0,25 ponto percentual terá pouca influência sobre a economia brasileira.
Segundo ele, a decisão do Banco Central brasileiro de manter a taxa básica de juros (Selic) em 19% ao ano já contava com a hipótese de o Fed subir a taxa americana em até 0,50 ponto percentual.
O BC deve manter a taxa básica de juros até março, segundo Heron do Carmo. A partir daí, poderá reduzi-la.



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