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PREÇOS
Taxa de janeiro é de 0,57%, contra 0,49% em dezembro, mas tendência é de queda neste mês e em março
Para a Fipe, inflação tende a cair em SP
ALESSANDRA KIANEK
da Redação
As matrículas e mensalidades
escolares pressionaram a inflação
de janeiro em São Paulo. A Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas
Econômicas) apurou que a taxa
de inflação no mês passado foi de
0,57%, contra 0,49% em dezembro.
Esse resultado está dentro do
que a Fipe esperava. No início do
mês passado, o economista e
coordenador do IPC (Índice de
Preços ao Consumidor) da Fipe,
Heron do Carmo, previa que a taxa fosse ficar em 0,50%. Na semana passada, com o aumento mais
acentuado do grupo educação, a
previsão passou para 0,60%.
Para Heron do Carmo, uma taxa em torno de 0,50% é um bom
resultado e está compatível com a
meta de inflação do FMI (Fundo
Monetário Internacional) para este ano. "Além do mais, o resultado é ainda melhor se for levado
em consideração que tradicionalmente a taxa registrada nos meses
de janeiro fica acima da média
mensal."
O grupo educação, que teve alta
de 7,34%, foi o que mais pressionou a taxa de janeiro. Se não fosse
o aumento desse grupo, o índice
geral teria ficado em 0,30%.
As matrículas e mensalidades
escolares, principais responsáveis
pelo aumento do grupo, subiram
8,30% em janeiro. A pressão foi
maior no ensino superior, que sofreu reajuste de 11,45%. No ensino
médio, a alta foi de 7,24%.
No ano passado, as matrículas e
mensalidades subiram apenas
0,54%. Segundo Heron do Carmo, dois motivos influenciaram o
aumento das matrículas neste
ano.
O primeiro foi a baixa inflação
de 98, o que não justificava um
aumento nas matrículas em 99. O
segundo veio do fato de que as entidades filantrópicas passaram a
pagar contribuições sociais, o que
não ocorria antes. Isso aumentou
o custo dessas escolas, segundo
ele.
O grupo habitação, que com a
nova POF (Pesquisa de Orçamentos Familiares) passou a ser o grupo de maior peso no índice, subiu
0,40% em janeiro. As tarifas de telefones, que tiveram pressão significativa nesse grupo, subiram
2,71%.
Já os alimentos tiveram alta de
0,60% em janeiro. A maior pressão veio dos produtos "in natura",
com alta de 3,93%, devido aos
efeitos climáticos. Já os alimentos
semi-elaborados tiveram queda
de 1,49%.
A previsão da Fipe para a inflação deste mês é de 0,20%. Segundo Heron do Carmo, a estimativa
está mais otimista agora porque
não haverá mais pressão no índice pelo aumento das escolas; os
efeitos dos hortifrutigranjeiros serão menores; as liquidações do
vestuário serão mais acentuadas;
e os combustíveis poderão cair
mais.
Para março, a previsão é que a
inflação também fique em 0,20%,
o que reduzirá a taxa acumulada
de 12 meses para 7%. Nos últimos
12 meses até janeiro, a taxa acumulada é de 8,71%.
A Fipe mantém a previsão de taxa de 6% a 6,5% para este ano, dependendo apenas dos aumentos
das tarifas públicas que o governo
autorizar.
Na opinião de Heron do Carmo,
a decisão do Fed (banco central
norte-americano) de aumentar a
taxa de juros em 0,25 ponto percentual terá pouca influência sobre a economia brasileira.
Segundo ele, a decisão do Banco
Central brasileiro de manter a taxa básica de juros (Selic) em 19%
ao ano já contava com a hipótese
de o Fed subir a taxa americana
em até 0,50 ponto percentual.
O BC deve manter a taxa básica
de juros até março, segundo Heron do Carmo. A partir daí, poderá reduzi-la.
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