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ENCONTRO EM CANCÚN
Para diretor-gerente do FMI, reformas para garantir a estabilidade são mais importantes
Camdessus rechaça dolarização na AL
MALU GASPAR
enviada especial a Cancún
O diretor-gerente do FMI, Michel Camdessus, afirmou ontem
que a dolarização das economias,
apesar de "estar na moda e parecer atrativa", não é a solução adequada para boa parte dos países
da América Latina. Na opinião
dele, mais importante que uma
mudança de moeda seriam as reformas estruturais promovidas
pelos países para garantir a estabilidade econômica.
Camdessus disse que é esse o
caso do Equador, que adotou no
mês passado o dólar como moeda. "Não propusemos (a dolarização) nem nos parece a solução
mais adequada para o Estado de
coisas no país, mas o Equador é
um país soberano."
Argentina
Camdessus ainda negou que o
FMI tivesse proposto a adoção do
dólar como moeda na Argentina
para proteger o peso da desvalorização. A informação foi publicada anteontem pelo jornal argentino "Página 12". Ele afirmou que o
estudo publicado pelo jornal foi
produzido para um seminário
acadêmico e não tem efeito de sugestão do órgão.
Para ele, a economia da Argentina, assim como a dos outros países da América Latina, tem fôlego
suficiente para resistir à recente
alta dos juros definida anteontem
pelo banco central dos Estados
Unidos e não deve enfrentar fuga
de capitais.
"A alta de ontem foi muito moderada. Além disso, a captação de
recursos externos no continente
não depende tanto das taxas de
juro norte-americanas, mas da
continuação das políticas de ajuste macroeconômico e das reformas estruturais."
Crescimento maior
Michel Camdessus afirmou que
há força suficiente para que o
continente tenha em 2000 uma taxa de crescimento de 4% neste
ano, 1% a mais do que havia sido
previsto no ano passado para o
mesmo período.
As declarações foram feitas no
3º Encontro de Ministros da Fazenda do Hemisfério Ocidental,
em Cancún, no México.
Além de Camdessus, em final
de mandato no FMI, estiveram
reunidos com 34 ministros da Fazenda do continente James Wolfensohn, presidente do Banco
Mundial, Enrique Iglesias, do BID
(Banco Interamericano de Desenvolvimento), e Cesar Gavíria, da
OAS (Organização dos Estados
Americanos).
Combate à pobreza
Todos citaram a importância do
combate à pobreza como forma
de sustentar o crescimento econômico e afirmaram que protestos de ONGs durante a última
reunião d a Organização Mundial
do Comércio "não podem ser ignorados nem considerados uma
mera reunião de radicais", nas
palavras de Wolfensohn.
No entanto os discursos foram
na linha de que é preciso mostrar
as vantagens da globalização e fazer com que todos possam se
aproveitar delas.
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