São Paulo, Sexta-feira, 04 de Fevereiro de 2000


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MERCADO FINANCEIRO

Bovespa negocia mais de R$ 1 bi e sobe 3,5%

da Redação

A Bovespa reagiu bem no "day after" da decisão do Fed (banco central norte-americano) sobre os juros básicos nos EUA. Fechou com alta de 3,48%, em 17.457 pontos, com volume negociado de R$ 1,109 bilhão.
A Bolsa paulista comportou-se bem até mesmo quando a de Nova York caiu até 136 pontos, em razão de rumores sobre dificuldades de alguns bancos.
Os rumores sobre perdas surgiram com a rápida inversão da curva de juros naquele país. Passou de positiva para negativa, indicando otimismo com o futuro da inflação. Alguns apostavam em alta de 0,50 ponto na taxa básica dos EUA.
Quando isso ocorre de forma muito rápida, a tendência é de perdas e ganhos no mercado, explicam os analistas. Fundos globais teriam tido muito prejuízo com essa inversão.
Normalmente, os títulos de longo prazo têm juros mais altos por causa do risco neles embutido. Ontem, as taxas dos T-Bonds (títulos do Tesouro dos EUA) de 30 anos caíram até 6,09% ao ano (subiram depois), bem menos do que os papéis de 5 e 10 anos (chegaram a ser cotados a 6,55% e 6,48%, respectivamente).
Mas aos poucos o clima de tensão se dissipou em Nova York. O Fed desmentiu que instituições estivessem enfrentando problemas e o índice Dow Jones reagiu positivamente. Fechou relativamente estável, com alta de 0,09%.
Há quem entenda que houve mesmo grandes perdas para instituições que apostavam em alta mais agressiva dos juros nos EUA, mas só se vai confirmar isso mais tarde.
O volume financeiro na Bovespa animou o mercado. Pode ter entrado estrangeiro comprando. Há maior disposição para Bolsa também dos investidores locais.
A maior procura foi por ações mais líquidas (fáceis de vender), como recibos de Telebrás, Petrobras, Eletrobrás e Vale.
Em janeiro, segundo a Bovespa, o balanço dos negócios dos estrangeiros foi negativo em R$ 10 milhões, com compras de R$ 4,124 bilhões e vendas de R$ 4,134 bilhões.
O mercado futuro de juros não teve grande alteração ontem. O dólar registrou leve queda.
(GABRIEL J. DE CARVALHO)


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