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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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ANO DO DRAGÃO

Reajuste vai afetar mais de 1 milhão de consumidores em cinco Estados e é o maior concedido desde 1997

Luz sobe até 29% no 1º aumento sob Lula

HUMBERTO MEDINA
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

As tarifas de energia elétrica subiram até 29,35% no primeiro aumento de tarifas administradas do governo Lula. O aumento é o maior autorizado pela Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) desde 1997. O reajuste vale para 13 distribuidoras, que atendem 1.049.581 consumidores em 149 municípios em São Paulo, Espírito Santo, Paraíba, Paraná e Santa Catarina (veja quadro).
O reajuste recorde acontece por causa da alta do IGP-M e do dólar em 2002. O IGP-M corrige, por contrato, parte dos custos das distribuidoras. No acumulado de 2001, teve variação de 27,76%.
Já o dólar afeta a tarifa porque a energia comprada da hidrelétrica de Itaipu é cotada na moeda norte-americana. A alta do custo com a compra da energia de Itaipu é repassada integralmente para o consumidor.
O impacto do IGP-M e do dólar na alta das tarifas de energia elétrica preocupa técnicos do governo, que realizaram estudo sobre o problema. No estudo, a cotação do dólar varia de R$ 2,50 a R$ 4,00, e o IGP-M acumulado em 12 meses, de 10% a 30%.
Na hipótese mais pessimista -dólar a R$ 4,00 e IGP-M de 30%-, o reajuste nas tarifas de energia chegaria a 35,32%. Na hipótese mais otimista, dólar a R$ 2,50 e IGP-M de 10%, o aumento seria de 10,46%.
Neste ano, o reajuste de 17 distribuidoras -entre as quais a CPFL (SP), Cemig (MG), Eletropaulo (SP), Bandeirante (SP) e Light (RJ)- será diferente. A Aneel fará uma análise ampla da estrutura das tarifas e adotará um redutor (Fator X) para o IGP-M.
No processo -conhecido como revisão tarifária periódica- será definida a nova base de remuneração para as empresas e, ao final, as tarifas serão revisadas.
Ainda não há definição se esse processo resultará em reajustes maiores ou menores do que os que aconteceriam no reajuste normal.
O novo governo pretende modificar a maneira como os gastos das distribuidoras com compra de energia aumentam as tarifas. A idéia é que seja criada uma empresa para comprar a energia de todas as geradoras e repassá-la por um preço médio às distribuidoras.


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