|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Com guerra, gás poderá receber mais subsídios
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O governo pretende ampliar
subsídios para a compra de gás
de cozinha para os consumidores de baixa renda caso a possível guerra dos Estados Unidos
contra o Iraque pressione o
preço do petróleo e seus derivados no mercado internacional, disse ontem o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda).
"Se o dólar aumentar, não
pode aumentar na cozinha da
dona-de-casa", disse o ministro, que participou da entrega
de uma condecoração militar, a
Ordem do Mérito Militar, para
o presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, ontem, em Brasília.
Palocci afirmou que o conflito militar terá um efeito "quase
automático" na cotação do dólar e no preço do petróleo e derivados. "Nesse caso, o governo
tem que criar um mecanismo
de subsídio", disse o ministro.
Embora ele não tenha detalhado o funcionamento do mecanismo, o subsídio, a princípio, seria para famílias de baixa
renda. "O gás de cozinha sempre pode ter um mecanismo de
proteção, porque diz respeito
ao consumo de pessoas de baixa renda", disse ele.
O governo já tem um programa que distribui dinheiro para
as famílias de baixa renda cadastradas em seus programas
sociais ou com renda familiar
per capita abaixo de R$ 100
comprarem gás de cozinha, o
Auxílio-Gás. Segundo o Ministério de Minas e Energia, cerca
de 8,8 milhões de pessoas recebem a cada dois meses R$ 15
para ajudar na compra do gás.
Quando o benefício foi instituído, em janeiro de 2002, um
botijão de 13 quilos custava em
média R$ 18,69. Em dezembro,
o valor médio era R$ 28,05.
Queda de preço
A última estimativa do Banco
Central, feita no mês passado,
prevê uma queda de 1,6% no
preço do gás de cozinha neste
ano. A previsão é bastante diferente da deixada pelo ex-presidente do BC Armínio Fraga,
em dezembro do ano passado.
Segundo o relatório de Fraga, o
gás subiria 2% em 2003.
Para Palocci, a guerra contra
o Iraque significará uma "crise
aguda", mas não trará uma
"desorganização" da economia. Segundo ele, será uma crise passageira.
O ministro José Dirceu (Casa
Civil) minimizou os efeitos que
uma guerra no Iraque podem
ter no Brasil. "As medidas que
estão sendo adotadas preservam os programas sociais e garantem os investimentos na infra-estrutura do Brasil. Não há
hipótese de haver cortes naquilo que é básico e essencial para
o país", disse.
Texto Anterior: Ano do dragão: Luz sobe até 29% no 1º aumento sob Lula Próximo Texto: Opinião econômica: Desemprego zero Índice
|