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São Paulo, terça-feira, 04 de fevereiro de 2003

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Com guerra, gás poderá receber mais subsídios

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O governo pretende ampliar subsídios para a compra de gás de cozinha para os consumidores de baixa renda caso a possível guerra dos Estados Unidos contra o Iraque pressione o preço do petróleo e seus derivados no mercado internacional, disse ontem o ministro Antonio Palocci Filho (Fazenda).
"Se o dólar aumentar, não pode aumentar na cozinha da dona-de-casa", disse o ministro, que participou da entrega de uma condecoração militar, a Ordem do Mérito Militar, para o presidente Luiz Inácio Lula da Silva, ontem, em Brasília.
Palocci afirmou que o conflito militar terá um efeito "quase automático" na cotação do dólar e no preço do petróleo e derivados. "Nesse caso, o governo tem que criar um mecanismo de subsídio", disse o ministro.
Embora ele não tenha detalhado o funcionamento do mecanismo, o subsídio, a princípio, seria para famílias de baixa renda. "O gás de cozinha sempre pode ter um mecanismo de proteção, porque diz respeito ao consumo de pessoas de baixa renda", disse ele.
O governo já tem um programa que distribui dinheiro para as famílias de baixa renda cadastradas em seus programas sociais ou com renda familiar per capita abaixo de R$ 100 comprarem gás de cozinha, o Auxílio-Gás. Segundo o Ministério de Minas e Energia, cerca de 8,8 milhões de pessoas recebem a cada dois meses R$ 15 para ajudar na compra do gás.
Quando o benefício foi instituído, em janeiro de 2002, um botijão de 13 quilos custava em média R$ 18,69. Em dezembro, o valor médio era R$ 28,05.

Queda de preço
A última estimativa do Banco Central, feita no mês passado, prevê uma queda de 1,6% no preço do gás de cozinha neste ano. A previsão é bastante diferente da deixada pelo ex-presidente do BC Armínio Fraga, em dezembro do ano passado. Segundo o relatório de Fraga, o gás subiria 2% em 2003.
Para Palocci, a guerra contra o Iraque significará uma "crise aguda", mas não trará uma "desorganização" da economia. Segundo ele, será uma crise passageira.
O ministro José Dirceu (Casa Civil) minimizou os efeitos que uma guerra no Iraque podem ter no Brasil. "As medidas que estão sendo adotadas preservam os programas sociais e garantem os investimentos na infra-estrutura do Brasil. Não há hipótese de haver cortes naquilo que é básico e essencial para o país", disse.


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