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BONS VENTOS
Aérea visa agronegócio
Gol espera alta de 10% na demanda no país
MAELI PRADO
DA REPORTAGEM LOCAL
Após quase dobrar seu faturamento e aumentar sua participação de mercado de 11,8% para
19,2% no ano passado, a companhia aérea Gol espera um aumento de demanda de cerca de 10% no
Brasil em 2004.
De acordo com o presidente da
empresa, Constantino Júnior,
além da perspectiva de crescimento da quantidade de passageiros em rotas tradicionais, a aérea olha com atenção cidades ligadas a agronegócios, como Ribeirão Preto (SP), Uberlândia (MG)
e Londrina (PR), entre outras.
"São as rotas que mais têm capacidade de absorver vôos em
aviões como os usados pela Gol,
de 144 lugares ou mais", afirmou.
Se desejar atuar nessas rotas, no
entanto, a empresa precisará da
autorização do DAC (Departamento de Aviação Civil). Desde o
ano passado, o Ministério da Defesa restringe a oferta de vôos no
Brasil, já que a avaliação é de que
o mercado está saturado. Na avaliação de especialistas, a medida
prejudica principalmente a Gol.
Júnior, entretanto, evita fazer
críticas ao controle de mercado.
"A medida do governo foi cautelosa, no sentido de preservar a indústria, e nós não gastamos nosso
tempo tentando mensurar qual
poderia ter sido o nosso crescimento se não fossem essas medidas", avaliou o executivo.
Três anos após entrar no mercado brasileiro, a Gol estima ter fechado 2003 com um faturamento
de R$ 1,4 bilhão, quase duas vezes
mais do que 2002. Aumento em
grande parte relacionado ao ganho de participação de mercado
da empresa com promoções, como a que dava a passagem de volta por R$ 1 na compra do bilhete
de ida e a "corujão" -vôos noturnos com preços reduzidos.
Apesar de defender a política
promocional da Gol, o executivo
avalia que a guerra tarifária no
Brasil chegou a um ponto insustentável no período. "Tudo tem
um limite. Todas as empresas tiveram que abrir mão de receita
para competir, para buscar demanda. Conseguimos passar dessa guerra com equilíbrio", disse.
Segundo Júnior, a ocupação da
Gol em janeiro ficou por volta de
79%, ante uma média de 63% do
resto do mercado.
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