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LEITE DERRAMADO
Falta de óleo combustível foi a razão
Fábrica da Parmalat em Itaperuna pára totalmente pela primeira vez
ANA PAULA GRABOIS
DA SUCURSAL DO RIO
ADRIANA CHAVES
DA AGÊNCIA FOLHA
Pela primeira vez desde que estourou a crise da Parmalat na Itália, a fábrica de processamento de
leite da empresa em Itaperuna (a
356 km do Rio) parou totalmente
de funcionar. A interrupção, na
noite de anteontem, deveu-se à
falta de óleo combustível.
Segundo a Parmalat, a unidade
voltou a funcionar parcialmente
ontem. A fábrica em Jundiaí (SP)
também está parada.
A Parmalat deve R$ 2,4 milhões
a cooperativas fluminenses. No
próximo dia 16, vence um pagamento de R$ 2,2 milhões.
Mesmo sem receber o dinheiro,
as cooperativas fornecem leite à
fábrica de Itaperuna, mas reduziram a quantidade de 360 mil litros
diários para 150 mil litros diários.
A Parmalat recebe o leite, mas o
produto tem sido levado para outras unidades da empresa.
É o caso dos 70 mil litros entregues pela Capil (Cooperativa dos
Produtores de Leite de Itaperuna). Presidente da Capil, Moacyr
Seródio diz que a estratégia da
Parmalat é parar a fábrica até que
reverta a intervenção na unidade,
decidida pela 2ª Vara da Comarca
de Itaperuna na sexta passada.
Segundo a assessoria da Parmalat, a empresa está "realocando"
seus recursos e priorizando a produção de unidades com estoques
mais baixos de leite.
Os advogados da empresa pediram ao juiz Rubens Casara que retire a intervenção que decretou
-ela estabeleceu uma direção
compartilhada entre acionista e
representantes das cooperativas
credoras, do Estado do Rio, de
funcionários e de municípios afetados pela crise.
Os advogados afirmam não haver condições materiais de administrar a fábrica isoladamente das
outras que a empresa detém no
país. Eles alegam que a Justiça de
São Paulo já decretou a intervenção na Parmalat do Brasil.
Goiás
O presidente da Parmalat no
Brasil, Ricardo Gonçalves, afirmou ontem que a fábrica de Santa
Helena de Goiás (219 km de Goiânia) não será fechada. O anúncio
saiu em reunião com o governador Marconi Perillo (PSDB), o secretário estadual da Agricultura,
José Mário Schreiner, e dois procuradores da empresa.
Gonçalves disse estar "fazendo
todo o possível" para que a unidade goiana volte a operar normalmente. Em janeiro, 120 funcionários foram demitidos e a produção de leite longa vida (UHT) foi
transferida para as fábricas de Garanhuns (PE) e Carazinho (RS).
O presidente não descartou a hipótese de terceirização da fábrica
de Santa Helena de Goiás. Sobre a
dívida de R$ 6 milhões com os
mais de 9.000 produtores goianos, disse que busca alternativas.
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