|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
folhainvest
Bolsa tem recorde de negócios em mês marcado por oscilações
Aquecimento nas operações acompanhou aumento da volatilidade em janeiro na Bovespa; analistas afirmam que pequeno investidor deve ter cautela
FABRICIO VIEIRA
DA REPORTAGEM LOCAL
Nunca houve tantos negócios nos pregões da Bolsa de
Valores de São Paulo quanto no
mês de janeiro. Esse aquecimento nas operações acompanhou a elevação da volatilidade
no mercado acionário. Segundo
analistas, nesses momentos
mais voláteis são os especuladores que encontram as melhores chances para lucrar.
Em janeiro de 2007, foram
realizados por pregão, em média, 113,7 mil negócios. Em janeiro deste ano, essa cifra subiu
para 208,5 mil negócios -a
maior média já registrada.
"São nesses momentos que
investidores como o George Soros [megainvestidor internacional] compram ações e ganham dinheiro", diz Carlos Daniel Coradi, diretor-presidente
da EFC (Engenheiros Financeiros & Consultores).
Com as incertezas em relação ao futuro da economia norte-americana e o desempenho
das grandes instituições financeiras internacionais, a volatilidade aumentou nas Bolsas de
Valores pelo mundo.
A volatilidade mostra a intensidade e a freqüência das oscilações nos valores das ações
em determinado período.
E a Bovespa está entre os
mercados acionários mais voláteis do planeta.
Um indicador que mede a volatilidade mostra o quanto ela
aumentou nos últimos tempos.
Para um período de 12 meses,
considerando um indicador
calculado pela própria Bolsa
brasileira, foi registrado no
Ibovespa uma volatilidade de
29,64%. Se for considerado
apenas o mês de janeiro -e
anualizando a taxa-, a volatilidade alcançou 46,22%.
"O mercado volátil é bom para os profissionais, que compram e vendem ações rapidamente aproveitando para lucrar com as oportunidades",
avalia Luiz Antonio Vaz das
Neves, da KNA Consultores.
Parâmetro
A volatilidade é um importante parâmetro para os analistas medirem o risco de um ativo. Quanto maior, maiores os riscos de perder dinheiro.
Janeiro mostra bem como o
mercado tem oscilado bruscamente. No último dia 21, a Bovespa registrou queda de
6,60%. No dia 24, conquistou
valorização de 5,95%.
Quem tivesse comprado
ações (equivalentes ao índice
Ibovespa) no fim do pregão do
dia 21 e vendido na última sexta-feira teria lucrado 13,7%
-percentual que só deve ser
conquistado pelos fundos de
renda fixa no acumulado de todo o ano de 2008.
"A volatilidade da Bovespa
sempre está entre as maiores
do mundo. O grande investidor,
que está diariamente comprando e vendendo ações, adora a
volatilidade, pois tem chances
maiores de garimpar ganhos
expressivos", afirma Jason
Freitas Vieira, economista-chefe da UpTrend Consultoria
Econômica. "Quem perde é o
pequeno investidor, que acaba
comprando nos momentos de
alta e vendendo nos de baixa."
Cautela
O cenário mais turbulento,
que tem sacudido as Bolsas
desde o segundo semestre do
ano passado, tornou o mercado
acionário mais complicado para o pequeno investidor. Nesses períodos de forte oscilação,
aplicar em ações se torna uma
tarefa ainda mais árdua.
Mesmo que haja boas oportunidades de lucrar -a ação ordinária da CSN (Companhia Siderúrgica Nacional), por exemplo, subiu 15,75% apenas na semana passada-, é difícil fazer
as escolhas corretas.
"Em momentos como o
atual, é melhor aplicar em um
fundo do que tentar investir diretamente em ações. A chance
de errar é muito maior do que
nos períodos em que o ritmo de
alta é mais constante e intenso,
como ocorreu em boa parte do
ano passado", diz Neves.
Texto Anterior: Marcos Cintra: Delírio burocrático Próximo Texto: Investidores aguardam dados sobre a inflação Índice
|