São Paulo, segunda-feira, 04 de fevereiro de 2008

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Investidores aguardam dados sobre a inflação

IPC da Fipe e IGP-DI serão divulgados nesta semana

DA REPORTAGEM LOCAL

Com o feriado de Carnaval, o mercado brasileiro apenas começará a funcionar nesta semana na quarta-feira. Enquanto isso, os pregões estarão abertos pelo mundo, sujeitos a mais dias de turbulências.
Mas a agenda de eventos econômicos, especialmente nos Estados Unidos, epicentro da atual crise, não será muito intensa neste começo de semana. Com isso, há chance de as Bolsas serem menos influenciadas por indicadores enquanto a Bovespa estiver fechada.
Hoje o evento mais relevante é a divulgação do índice de preços ao produtor na zona do euro. Pressões inflacionárias muito fortes "enterrariam" as expectativas em torno da possibilidade de os juros serem reduzidos na região, como esperam muitos investidores.
Nos EUA, a redução na taxa de juros anunciada na semana passada -o segundo corte em pouco mais de uma semana- permitiu que os mercados respirassem. O Fed (banco central dos EUA) reduziu a taxa de referência da economia americana em janeiro de 4,25% para 3% anuais.
Ao reduzir os juros, o Fed tenta estimular o consumo e diminuir os custos do crédito. Dessa forma, pode favorecer o aquecimento da economia e, consequentemente, ajudar as companhias a melhorarem seus resultados. Isso pode acabar por estimular a compra de ações e favorecer a alta das Bolsas de Valores.
Na quinta-feira, os EUA terão a divulgação de dados econômicos que interessam mais aos mercados, como o nível de crédito ao consumidor e a venda de moradias pendentes no mês de dezembro. Também vai ser conhecida a atividade do setor não-manufatureiro dos Estados Unidos em janeiro, medida pelo instituto ISM.
"A atenção dos agentes financeiros novamente ficará focada na agenda econômica dos EUA, com destaque para o índice de atividade medido pelo ISM e a venda de imóveis pendentes", afirma a corretora Coinvalores.
Na última sexta-feira, os EUA apresentaram mais um dado preocupante, que reforça a percepção de que o país pode entrar em um período de recessão. Em janeiro, segundo o departamento do trabalho do país, os EUA perderam 17 mil postos de trabalho.

Inflação
Após o alerta feito pelos dirigentes do Banco Central na ata da última reunião do Copom, apresentada na quinta-feira passada, os investidores estarão ainda mais atentos aos índices de preços brasileiros.
O documento do encontro do Copom (Comitê de Política Monetária, formado por diretores e o presidente do BC) sinalizou que, se a inflação começar a atingir níveis preocupantes, a ponto de ameaçar a meta oficial, a taxa básica de juros da economia acabará por voltar a ser elevada. A taxa básica do país, a Selic, está atualmente em 11,25% anuais.
Nesta quinta-feira, a Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) fará a divulgação do resultado do IPC (Índice de Preços ao Consumidor) de janeiro no município de São Paulo. Em dezembro, o índice subiu 0,82%. Para janeiro, espera-se que tenha havido uma desaceleração, ao menos para perto de 0,65%.
No dia seguinte, é a vez de o IGP-DI (Índice Geral de Preços - Disponibilidade Interna) de janeiro, que é medido pela FGV, ser conhecido.
"A ata do Copom apontou que os gestores da política monetária têm visto com preocupações a evolução recente da inflação", avalia Pedro Paulo Silveira, economista da Gradual Corretora.


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