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Investidores aguardam dados sobre a inflação
IPC da Fipe e IGP-DI serão divulgados nesta semana
DA REPORTAGEM LOCAL
Com o feriado de Carnaval, o
mercado brasileiro apenas começará a funcionar nesta semana na quarta-feira. Enquanto isso, os pregões estarão abertos pelo mundo, sujeitos a mais
dias de turbulências.
Mas a agenda de eventos econômicos, especialmente nos
Estados Unidos, epicentro da
atual crise, não será muito intensa neste começo de semana.
Com isso, há chance de as Bolsas serem menos influenciadas
por indicadores enquanto a Bovespa estiver fechada.
Hoje o evento mais relevante
é a divulgação do índice de preços ao produtor na zona do euro. Pressões inflacionárias
muito fortes "enterrariam" as
expectativas em torno da possibilidade de os juros serem reduzidos na região, como esperam muitos investidores.
Nos EUA, a redução na taxa
de juros anunciada na semana
passada -o segundo corte em
pouco mais de uma semana-
permitiu que os mercados respirassem. O Fed (banco central
dos EUA) reduziu a taxa de referência da economia americana em janeiro de 4,25% para
3% anuais.
Ao reduzir os juros, o Fed
tenta estimular o consumo e diminuir os custos do crédito.
Dessa forma, pode favorecer o
aquecimento da economia e,
consequentemente, ajudar as
companhias a melhorarem
seus resultados. Isso pode acabar por estimular a compra de
ações e favorecer a alta das Bolsas de Valores.
Na quinta-feira, os EUA terão a divulgação de dados econômicos que interessam mais
aos mercados, como o nível de
crédito ao consumidor e a venda de moradias pendentes no
mês de dezembro. Também vai
ser conhecida a atividade do setor não-manufatureiro dos Estados Unidos em janeiro, medida pelo instituto ISM.
"A atenção dos agentes financeiros novamente ficará focada na agenda econômica dos
EUA, com destaque para o índice de atividade medido pelo
ISM e a venda de imóveis pendentes", afirma a corretora
Coinvalores.
Na última sexta-feira, os
EUA apresentaram mais um
dado preocupante, que reforça
a percepção de que o país pode
entrar em um período de recessão. Em janeiro, segundo o departamento do trabalho do
país, os EUA perderam 17 mil
postos de trabalho.
Inflação
Após o alerta feito pelos dirigentes do Banco Central na ata
da última reunião do Copom,
apresentada na quinta-feira
passada, os investidores estarão ainda mais atentos aos índices de preços brasileiros.
O documento do encontro do
Copom (Comitê de Política
Monetária, formado por diretores e o presidente do BC) sinalizou que, se a inflação começar a atingir níveis preocupantes, a ponto de ameaçar a meta
oficial, a taxa básica de juros da
economia acabará por voltar a
ser elevada. A taxa básica do
país, a Selic, está atualmente
em 11,25% anuais.
Nesta quinta-feira, a Fipe
(Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas) fará a divulgação do resultado do IPC (Índice
de Preços ao Consumidor) de
janeiro no município de São
Paulo. Em dezembro, o índice
subiu 0,82%. Para janeiro, espera-se que tenha havido uma
desaceleração, ao menos para
perto de 0,65%.
No dia seguinte, é a vez de o
IGP-DI (Índice Geral de Preços
- Disponibilidade Interna) de
janeiro, que é medido pela
FGV, ser conhecido.
"A ata do Copom apontou
que os gestores da política monetária têm visto com preocupações a evolução recente da
inflação", avalia Pedro Paulo
Silveira, economista da Gradual Corretora.
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