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Venda de carro nos EUA cai até 55% em janeiro
Volume é o mais baixo desde 82; mercado chinês supera americano no mês, diz GM
Chrysler, GM e Ford registram forte recuo nas vendas, em mais um sinal da decisão
dos consumidores de conter os gastos em meio à crise
DA REDAÇÃO
As principais montadoras tiveram em janeiro mais um mês
negativo nos Estados Unidos.
Suas vendas recuaram até 55%
e alcançaram o menor nível
desde 1982 -mais um sinal da
decisão dos consumidores de
conter os gastos em um momento de grave crise, com as
empresas demitindo funcionários aos milhares.
Com o aperto no mercado de
crédito e a recessão, iniciada
em dezembro de 2007, muitos
consumidores optaram por não
comprar um veículo novo ou
simplesmente não conseguem
financiamento para a aquisição. O resultado disso é que, segundo a GM, as vendas de todo
o mercado americano foram ultrapassadas pelas do chinês pela primeira vez em um mês. E,
caso continuem nesse ritmo, as
vendas nos EUA podem ter o
pior resultado em 39 anos.
O pior resultado foi registrado pela Chrysler, que vendeu
62,2 mil veículos em janeiro,
55% menos que no primeiro
mês do ano passado. "Nós vimos uma tendência negativa
em dezembro, estamos vendo
de novo neste mês e poderemos
ver para o ano. Há muitos mais
consumidores que querem
comprar um veículo do que
aqueles que conseguem se qualificar para obter financiamento sob as atuais condições de
crédito", disse Steven Landry,
vice-presidente da terceira
maior montadora dos EUA.
A General Motors, que assim
como a Chrysler teve que recorrer a um empréstimo bilionário do governo norte-americano no fim do ano passado, viu
as suas vendas caírem quase
pela metade: 49%.
Pior, a maior montadora
americana, que havia vários
anos vendia ao menos 200 mil
veículos por mês, só alcançou
essa marca uma única vez desde outubro de 2008. Em janeiro, ela comercializou 129,2 mil
unidades, 155 mil menos que
em setembro do ano passado,
quando a crise global se agravou e o acesso a financiamentos
se tornou ainda mais difícil.
Com isso, a empresa diminuiu ainda a sua estimativa de
produção neste trimestre nas
suas fábricas nos EUA e passou
a oferecer vantagens, como juro zero, para tentar atrair mais
consumidores. Ao lado da
Chrysler, a General Motors está oferecendo um programa de
demissão voluntária para parte
dos seus funcionários, em uma
tentativa de diminuir os custos
trabalhistas.
A Ford, que, ao contrário das
rivais, disse que não precisa de
empréstimo do governo (salvo
em caso de falência das concorrentes ou de um agravamento
ainda mais profundo da crise),
também não teve um resultado
animador, com queda de 40%
nas vendas em janeiro em relação ao mesmo período de 2008.
E o cenário de quedas nas
vendas não ficou restrito às
companhias americanas. A Toyota, que no ano passado superou pela primeira vez a GM em
vendas e se tornou a maior
montadora global, comercializou 31% menos que em janeiro
de 2008. As também japonesas
Nissan e Honda tiveram recuos
de, respectivamente, 30% e
28%. Subaru, com alta de 8%, e
Hyundai, com crescimento de
14% nas vendas, foram os únicos pontos positivos no setor.
Ao lado de indicadores como
os gastos de consumidores
(principal motor da economia
dos EUA e que recuou 1% em
dezembro) e de construção civil (que também caiu no último
mês de 2008), as vendas de carros são mais um sinalizador de
como os americanos, com a crise, estão optando cada vez por
restringir o consumo.
Com agências internacionais
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