São Paulo, quarta-feira, 04 de fevereiro de 2009

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Venda de carro nos EUA cai até 55% em janeiro

Volume é o mais baixo desde 82; mercado chinês supera americano no mês, diz GM

Chrysler, GM e Ford registram forte recuo nas vendas, em mais um sinal da decisão dos consumidores de conter os gastos em meio à crise


DA REDAÇÃO

As principais montadoras tiveram em janeiro mais um mês negativo nos Estados Unidos. Suas vendas recuaram até 55% e alcançaram o menor nível desde 1982 -mais um sinal da decisão dos consumidores de conter os gastos em um momento de grave crise, com as empresas demitindo funcionários aos milhares.
Com o aperto no mercado de crédito e a recessão, iniciada em dezembro de 2007, muitos consumidores optaram por não comprar um veículo novo ou simplesmente não conseguem financiamento para a aquisição. O resultado disso é que, segundo a GM, as vendas de todo o mercado americano foram ultrapassadas pelas do chinês pela primeira vez em um mês. E, caso continuem nesse ritmo, as vendas nos EUA podem ter o pior resultado em 39 anos.
O pior resultado foi registrado pela Chrysler, que vendeu 62,2 mil veículos em janeiro, 55% menos que no primeiro mês do ano passado. "Nós vimos uma tendência negativa em dezembro, estamos vendo de novo neste mês e poderemos ver para o ano. Há muitos mais consumidores que querem comprar um veículo do que aqueles que conseguem se qualificar para obter financiamento sob as atuais condições de crédito", disse Steven Landry, vice-presidente da terceira maior montadora dos EUA.
A General Motors, que assim como a Chrysler teve que recorrer a um empréstimo bilionário do governo norte-americano no fim do ano passado, viu as suas vendas caírem quase pela metade: 49%.
Pior, a maior montadora americana, que havia vários anos vendia ao menos 200 mil veículos por mês, só alcançou essa marca uma única vez desde outubro de 2008. Em janeiro, ela comercializou 129,2 mil unidades, 155 mil menos que em setembro do ano passado, quando a crise global se agravou e o acesso a financiamentos se tornou ainda mais difícil.
Com isso, a empresa diminuiu ainda a sua estimativa de produção neste trimestre nas suas fábricas nos EUA e passou a oferecer vantagens, como juro zero, para tentar atrair mais consumidores. Ao lado da Chrysler, a General Motors está oferecendo um programa de demissão voluntária para parte dos seus funcionários, em uma tentativa de diminuir os custos trabalhistas.
A Ford, que, ao contrário das rivais, disse que não precisa de empréstimo do governo (salvo em caso de falência das concorrentes ou de um agravamento ainda mais profundo da crise), também não teve um resultado animador, com queda de 40% nas vendas em janeiro em relação ao mesmo período de 2008.
E o cenário de quedas nas vendas não ficou restrito às companhias americanas. A Toyota, que no ano passado superou pela primeira vez a GM em vendas e se tornou a maior montadora global, comercializou 31% menos que em janeiro de 2008. As também japonesas Nissan e Honda tiveram recuos de, respectivamente, 30% e 28%. Subaru, com alta de 8%, e Hyundai, com crescimento de 14% nas vendas, foram os únicos pontos positivos no setor.
Ao lado de indicadores como os gastos de consumidores (principal motor da economia dos EUA e que recuou 1% em dezembro) e de construção civil (que também caiu no último mês de 2008), as vendas de carros são mais um sinalizador de como os americanos, com a crise, estão optando cada vez por restringir o consumo.


Com agências internacionais


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