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Volume maior de vendas pode ser um mau negócio
ADRIANA MATTOS
DA REPORTAGEM LOCAL
Volume não é tudo. Se a meta
for elevar a rentabilidade da
empresa, a melhor saída é
manter o preço e não optar pela
estratégia de aumentar a escala
de produção para ganhar dinheiro. Isso significa fazer exatamente o contrário do que as
companhias no país têm feito.
A teoria é defendida por
Carsten Kratz, um dos vice-presidentes da BCG (Boston
Consulting Group) na Alemanha, e por outros dois especialistas da consultoria na área.
Os executivos são taxativos:
dizem que esse assunto de preço transformou-se em uma
verdadeira caixa-preta.
Explicação: as indústrias perseguem suas metas de vendas.
Ultimamente -com a crise de
demanda e retração econômica-, as dificuldades de batê-las aumentaram. Ainda é preciso enfrentar a pressão do varejo, que bate o pé cada vez mais
por menores reajustes.
Já as lojas acabaram descentralizando a tomada de decisão
sobre o preço final do produto
e as novas tabelas.
Com isso, os reflexos são claros. A indústria tem de negociar margens e se desgastar em
reuniões a respeito de por
quanto comprará um pacote
de café ou uma TV. E as redes
têm também sua dor de cabeça.
Com centenas de lojas que
competem com o concorrente
ao lado, adotou-se a estratégia
de que cada loja define seu próprio preço. Resultado: as variações são exageradas para um
mesmo produto.
"As companhias tendem a
focar os negócios exclusivamente em reduzir preço e aumentar volume. Isso está errado. Gerentes do setor industrial
ou de grandes magazines acreditam mesmo nisso", diz o executivo Carsten Kratz.
Segundo ele, as indústrias,
por exemplo, esquecem que a
produção elevada pode desequilibrar um mercado. Isso
porque, quando o volume de
itens no mercado cresce, o preço despenca. E a medida, na
prática, só ajuda as companhias a perder dinheiro.
Em momentos de crise, essa
situação torna-se mais delicada. Para alcançar a meta de
vendas, eleva-se a produção na
tentativa de vender mais itens
por menos. O objetivo é ganhar
participação de mercado. Normalmente, a participação de
uma empresa cresce se ela vende mais. O problema é que essa
estratégia "queima" a marca.
"É uma atitude catastrófica",
afirma Kratz, em artigo assinado com os consultores Michael
Grindfors e Maximilian
Brandl.
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