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Ações de brasileira caem 15% em NY
DA REPORTAGEM LOCAL
E DA FOLHA ONLINE
As ações preferenciais (sem direito a voto) da AmBev negociadas na Bovespa e os ADRs (American Depositary Receipt, recibo
negociado na Bolsa de Nova
York) da empresa sofreram fortes
perdas depois do anúncio do
acordo com a Interbrew. Da mesma forma, as ações da cervejaria
belga fecharam em baixa ontem.
Os ADRs da AmBev sofreram
perda de 14,55% na Bolsa nova-iorquina. Com o argumento de
que ""não gostou da troca de controle na AmBev", o banco de investimentos Bear Stearns rebaixou a companhia "brasileira" em
seu portfólio de ações de "na média" para "abaixo da média". O
banco argumenta que a empresa
brasileira é bem administrada,
enquanto a cervejaria belga experimentou pelo menos cinco trocas
de executivos desde a sua criação
em meados da década de 90.
Para o Bear Stearns, os acionistas minoritários ainda serão prejudicados com a diluição das
ações da AmBev -uma vez que a
companhia terá que emitir novas
ações para a Interbrew e receber
ativos em troca. A agência de risco
Fitch tomou caminho inverso: aumentou a perspectiva do rating da
AmBev. Argumenta que o acordo
com a Interbrew assegurará à
AmBev receitas em moeda forte
(dólares) por meio das operações
na América do Norte.
Na Bolsa de Bruxelas, os papéis
da Interbrew recuaram 2,4%. Para analistas, os belgas emitiram
ações para os controladores da
Braco por um preço "um pouco
acima da média".
Em fato relevante enviado à Bovespa, a AmBev informa que,
após o fechamento do negócio, ""a
InterbrewAmbev iniciará uma
oferta pública para aquisição das
ações ordinárias remanescentes
da AmBev de propriedade do público em geral".
Mas a expectativa de realização
de uma oferta fez a ação ordinária
(com direito a voto) da empresa
disparar 9% na Bovespa.
A Lei das S.A.s prevê o chamado
direito de "tag along". Isso significa que, no caso de venda do controle de uma companhia, os acionistas minoritários donos de
ações ON terão as mesmas condições oferecidas aos controladores.
Algumas empresas também estendem esse direito aos donos de
ações preferenciais. De acordo
com a Bovespa, a AmBev não
consta na lista de empresas que
não se limitaram somente à obrigação legal, decidindo voluntariamente estender tal direito aos
acionistas preferencialistas.
Isso explica a queda de 16% da
ação PN da empresa, que liderou
ontem as perdas do Ibovespa.
Além de não poder vender sua
ação por 80% do preço pago pelo
bloco de controle, o preferencialista corre o risco de ver sua participação diluída, já que o acordo
com a Interbrew prevê a emissão
de 13,8 bilhões de novas ações PN
e 9,5 bilhões de ON.
No balanço anunciado ontem, a
AmBev informou que seu lucro
caiu 6,6% em 2003, comparado ao
do ano anterior. A empresa faturou em 2003 R$ 1,41 bilhão, contra
o R$ 1,51 bilhão de 2002.
(JOSÉ ALAN DIAS E SÉRGIO RIPARDO)
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