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Schincariol quer que o Cade barre as negociações
DA FOLHA ONLINE
DE NOVA YORK
A Schincariol, segunda
maior cervejaria do Brasil,
contesta a versão da belga
Interbrew e da AmBev de
que a negociação anunciada
ontem não pode ser caracterizada tecnicamente como
fusão nem como compra.
Segundo o gerente de marketing do grupo Schincariol,
Luiz Claudio Araújo, a operação foi de compra. "É claro
que foi operação de compra
e venda. A Interbrew terá
52,8% do capital votante. Isso caracteriza a operação de
compra da AmBev", disse.
Para ele, a AmBev estaria
tentando "mascarar" a operação de venda para não descaracterizar o discurso nacionalista feito durante a fusão entre a Antarctica e a
Brahma, em 1999.
A Schincariol espera que o
Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica) barre a operação no país,
segundo Araújo. "Mesmo
diante da possibilidade de
troca de ações, no Brasil ou
no exterior, haverá alienação
indireta de participação do
mercado nacional", disse.
A empresa ainda não se
comunicou com o Cade e estuda com seu departamento
jurídico entrar com uma
ação na Justiça. "O Cade vai
ter que se pronunciar, porque essa negociação é uma
fusão como a da Nestlé-Garoto e a do Pão de Açúcar-Sendas", afirmou Araújo.
A americana Anheuser-Busch divulgou nota na qual
saúda a transação entre a
AmBev e a Interbrew. Hoje,
a empresa americana ostenta o primeiro lugar mundial
em vendas. A companhia
afirma que não teme a concorrência e diz que a fusão
não afeta os seus negócios.
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