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BEBIDAS
Companhia belga indica principal executivo e diz que não haverá fechamento "imediato" de fábricas; AmBev descarta demissões
Sede da InterbrewAmBev será na Bélgica
da REPORTAGEM LOCAL
A InterbrewAmBev terá sua sede na cidade de Leuven, na Bélgica, será dirigida por um norte-americano e terá como chefe do
conselho de administração um
belga. A AmBev indicará os principais executivos para a América
do Norte e para a América Latina.
O nome InterbrewAmBev consta no comunicado emitido pelas
companhias, mas na apresentação feita em São Paulo o logo era
InterBev. Segundo os executivos
brasileiros, o termo InterBev fora
adotado de maneira provisória
porque não ainda havia sido possível uma pesquisa para apurar se
há algum registro de InterBev ou
InterbrewAmBev no exterior.
De qualquer forma, pela operação apresentada por Victorio de
Marchi, presidente do conselho
deliberativo da AmBev, e Carlos
Brito, CEO da companhia, as duas
empresas funcionarão de maneira complementar: a AmBev se encarregará das Américas -""do
Alasca à Patagônia"- e a InterbrewAmBev, das operações na
Europa e nos países asiáticos.
As duas empresas vão ter ações
cotadas na Bolsa separadamente:
as da AmBev, na Bolsa de São
Paulo e em Nova York; as da InterbrewAmbev, na Bolsa européia
(a Eurex), e na Bolsa de Bruxelas.
Pelo comunicado divulgado ontem, o conselho de administração
da InterbrewAmbev será composto por quatro membros da Interbrew, por quatro brasileiros
(apontados pelos antigos controladores da Braco) e por seis outros
conselheiros independentes. No
entanto, o conselho será dirigido
pelo belga Pierre Jean Everaert.
"A combinação preserva o melhor das duas companhias e permite a união de nossa lucratividade e perspectivas", disse o presidente-executivo da Interbrew, o
americano John Brock, em comunicado ao anunciar o acordo.
As cervejarias informaram que
a "combinação" entre Interbrew e
AmBev resultará em uma economia anual de 280 milhões por
meio da diminuição de custos técnicos, de suprimentos e de custos
gerais e administrativos.
A nova companhia produzirá
15% do volume mundial de cerveja. Em termos absolutos a InterbrewAmBev terá um produção
estimada em 19,2 bilhões de litros
de cerveja, contra 15,2 bilhões da
norte-americana Anheuser-Busch e 13,5 bilhões de litros da
sul-africana SAB-Miller.
O diretor-presidente da Interbrew, John Brock, disse em Leuven que a união das duas empresas não irá ocasionar fechamento
de fábricas. ""Há algum fechamento imediato de fábricas planejado?
Não. Mas posso garantir que iremos observar os nossos passos e
nos certificarmos de que são os
melhores no longo prazo."
"A AmBev não sofrerá mudanças no Brasil nem de produção,
nem de empregos, nem de dirigentes", disse Marcel Telles, um
dos antigos sócios da Braco.
As Américas
Maior cervejaria da América Latina, com 30% do volume total
-e 64,3% de participação no
mercado brasileiro-, a AmBev
responderá pelos negócios na
América do Norte e Central.
A operação de trocas de ações
prevê que a AmBev vai emitir 9,5
bilhões de ações ordinárias e 13,8
bilhões de ações preferenciais para a Interbrew, além de assumir
dívida de US$ 1,5 bilhão.
Em contrapartida, receberá o
controle da cervejaria canadense
Labatt, subsidiária da Interbrew,
mais 30% de participação dos belgas na mexicana Femsa e 70% da
Labatt USA, ativos avaliados em
US$ 4,7 bilhões.
(JOSÉ ALAN DIAS)
Com agências internacionais
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