São Paulo, quinta-feira, 04 de março de 2004

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BEBIDAS

Companhia belga indica principal executivo e diz que não haverá fechamento "imediato" de fábricas; AmBev descarta demissões

Sede da InterbrewAmBev será na Bélgica

da REPORTAGEM LOCAL

A InterbrewAmBev terá sua sede na cidade de Leuven, na Bélgica, será dirigida por um norte-americano e terá como chefe do conselho de administração um belga. A AmBev indicará os principais executivos para a América do Norte e para a América Latina.
O nome InterbrewAmBev consta no comunicado emitido pelas companhias, mas na apresentação feita em São Paulo o logo era InterBev. Segundo os executivos brasileiros, o termo InterBev fora adotado de maneira provisória porque não ainda havia sido possível uma pesquisa para apurar se há algum registro de InterBev ou InterbrewAmBev no exterior.
De qualquer forma, pela operação apresentada por Victorio de Marchi, presidente do conselho deliberativo da AmBev, e Carlos Brito, CEO da companhia, as duas empresas funcionarão de maneira complementar: a AmBev se encarregará das Américas -""do Alasca à Patagônia"- e a InterbrewAmBev, das operações na Europa e nos países asiáticos.
As duas empresas vão ter ações cotadas na Bolsa separadamente: as da AmBev, na Bolsa de São Paulo e em Nova York; as da InterbrewAmbev, na Bolsa européia (a Eurex), e na Bolsa de Bruxelas.
Pelo comunicado divulgado ontem, o conselho de administração da InterbrewAmbev será composto por quatro membros da Interbrew, por quatro brasileiros (apontados pelos antigos controladores da Braco) e por seis outros conselheiros independentes. No entanto, o conselho será dirigido pelo belga Pierre Jean Everaert.
"A combinação preserva o melhor das duas companhias e permite a união de nossa lucratividade e perspectivas", disse o presidente-executivo da Interbrew, o americano John Brock, em comunicado ao anunciar o acordo.
As cervejarias informaram que a "combinação" entre Interbrew e AmBev resultará em uma economia anual de 280 milhões por meio da diminuição de custos técnicos, de suprimentos e de custos gerais e administrativos.
A nova companhia produzirá 15% do volume mundial de cerveja. Em termos absolutos a InterbrewAmBev terá um produção estimada em 19,2 bilhões de litros de cerveja, contra 15,2 bilhões da norte-americana Anheuser-Busch e 13,5 bilhões de litros da sul-africana SAB-Miller.
O diretor-presidente da Interbrew, John Brock, disse em Leuven que a união das duas empresas não irá ocasionar fechamento de fábricas. ""Há algum fechamento imediato de fábricas planejado? Não. Mas posso garantir que iremos observar os nossos passos e nos certificarmos de que são os melhores no longo prazo."
"A AmBev não sofrerá mudanças no Brasil nem de produção, nem de empregos, nem de dirigentes", disse Marcel Telles, um dos antigos sócios da Braco.

As Américas
Maior cervejaria da América Latina, com 30% do volume total -e 64,3% de participação no mercado brasileiro-, a AmBev responderá pelos negócios na América do Norte e Central.
A operação de trocas de ações prevê que a AmBev vai emitir 9,5 bilhões de ações ordinárias e 13,8 bilhões de ações preferenciais para a Interbrew, além de assumir dívida de US$ 1,5 bilhão.
Em contrapartida, receberá o controle da cervejaria canadense Labatt, subsidiária da Interbrew, mais 30% de participação dos belgas na mexicana Femsa e 70% da Labatt USA, ativos avaliados em US$ 4,7 bilhões. (JOSÉ ALAN DIAS)


Com agências internacionais

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