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Empresa diz que animais são bem tratados
DA REDAÇÃO
Uma das principais exportadoras de gado vivo a partir dos
portos do Pará, a Kaiapós Fabril e Exportadora nega que haja maus-tratos aos animais.
Segundo Daniel Freire, gerente comercial da empresa, os
lotes viajam em navios projetados para o transporte de gado.
"Há comida [silagem e ração
balanceada] e água à vontade.
Sempre existe acompanhamento de veterinários. Tudo é
feito com o maior zelo, pois o
comprador tem todo o interesse na sanidade do animal", afirma. "Se um animal morrer, o
exportador deixará de receber.
Também não é bom negócio",
diz Freire, que compara as perdas em navios à mortandade
em pastagens, de "1% ao ano".
"Todo o piso [das embarcações] é forrado com feno e serragem para oferecer maior conforto aos animais", diz Eduardo
Daher, da Agropecuária Kakuri, que coordenou o embarque
de 1.357 búfalos para a Venezuela em 22 de fevereiro a partir do porto de Vila do Conde,
em Barcarena (PA).
Nessa data, Belém estava impedido de embarcar animais,
por causa de medida judicial
que proibiu essa atividade dentro da cidade. A população reclama do trânsito de carretas e
do mau cheiro nas imediações
do bulevar Castilhos França.
Perda econômica
Além de citar o "sofrimento
dos animais", a WSPA Brasil
aponta perdas no recolhimento
de tributos e no mercado de
trabalho. Os prejuízos chegaram perto de US$ 500 milhões
em 2007, estima Charli Ludtke,
coordenadora de produção animal da WSPA.
Para Francisco Victer, dirigente da Uniec (União das Indústrias Exportadoras de Carne do Estado do Pará), exportação em gado "em pé" representa "concorrência desigual" em
relação às indústria, a começar
da tributação. Os embarques
não recolhem impostos, diz.
Em cinco anos, a exportação
de gado vivo do país saiu de patamares mínimos para se aproximar de meio milhão de cabeças. O rebanho bovino paraense, em contrapartida, se estagnou em 17,5 milhões de animais, diz Victer. O Estado conta
com 29 frigoríficos, 8 dos quais
aptos a exportar.
Paulo Afonso Costa, presidente do Sindicato da Indústria
da Carne do Estado do Pará, defende a necessidade de um
"planejamento estratégico".
"Há casos de navios que embarcam o equivalente ao abate
mensal de um frigorífico", diz.
Para ele, "a industrialização gera mais renda". Nessa conta,
não entra apenas o que vira bife
e outros cortes nas salas dos frigoríficos, mas os subprodutos
aproveitados em uma série de
atividades, como o processamento do couro e a indústria
farmacêutica, entre outras.
Daniel Freire, gerente da
Kaiapós Fabril e Exportadora,
afirma que a queixa dos industriais se deve à concorrência
pela aquisição da mesma matéria-prima -animais perto do
ponto de abate.
Para Eduardo Daher, da
Agropecuária Kakuri, "a exportação de gado vivo beneficia os
produtores, que têm uma opção de negócio além dos frigoríficos brasileiros".
(GF)
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