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Braskem adia projeto na Venezuela
AGNALDO BRITO
DA REPORTAGEM LOCAL
A Braskem vai adiar em
um ano, para 2014, o projeto
de produção de 1,1 milhão de
toneladas de polietileno na
Venezuela em razão das dificuldades de obtenção de financiamento para o empreendimento. O negócio integra a parceria Braskem e
Pequiven, braço petroquímico da estatal PDVSA, controlada pelo presidente venezuelano, Hugo Chávez.
Bernardo Gradin, presidente da companhia brasileira, afirma que a crise internacional comprometeu a
modalidade de financiamento em que o projeto é a própria garantia do crédito, o
que no jargão financeiro é
chamado "project finance".
Ele refutou a avaliação de
que o problema esteja relacionado ao que se pode denominar de "risco Chávez". Segundo ele, outros projetos
que buscam financiamento
nas mesmas condições também não foram viabilizados.
Entretanto, reconheceu que
o projeto da Braskem com a
Idesa no México para a construção de um complexo petroquímico está em fase mais
adiantada do ponto de vista
da conclusão da engenharia
financeira.
No México, o empreendimento para produção de 1
milhão de toneladas de eteno
e polietileno será dado em
garantia ao financiamento. O
projeto envolve custos da ordem de US$ 2,5 bilhões.
Além do atraso na planta
de PE (polietileno) na Venezuela, a Braskem também
anunciou ontem, durante a
divulgação do balanço de
2009, que está partindo para
uma opção ao plano inicial
de montagem de uma fábrica
de PP (polipropileno, outro
tipo de resina plástica) no
complexo de Jose, no país.
De acordo com Gradin, a
nova opção é o complexo de
Paraguana, onde poderá ter
acesso a propeno obtido em
refinaria. É um empreendimento igual ao que a Braskem montou em Paulínia
(SP), onde usa o propeno obtido na Replan. Se conseguir,
Gradin disse que o projeto
deverá estar em pé até o final
de 2012.
Balanço
A companhia encerrou o
ano de 2009 com um lucro líquido de R$ 917 milhões, revela balanço divulgado ontem, ainda sem nenhuma influência da Quattor, empresa
adquirida em janeiro.
Embora modesto, o resultado foi melhor do que o obtido no ano anterior, quando
a companhia registrou prejuízo de R$ 2,5 bilhões. O
motivo para esse resultado
em 2008 foi o impacto da valorização do dólar após a crise financeira internacional
na parte dolarizada da dívida
da companhia. A receita líquida da empresa, já excluídos os impostos, foi 18% inferior ao apurado em 2008,
caindo de R$ 18,5 bilhões para R$ 15,2 bilhões.
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