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MERCADO
Prejuízo de 95 e 96 será abatido do capital social da instituição para distribuição de dividendos a acionistas
Banco do Brasil tenta `limpar' seu balanço
da Sucursal de Brasília
A diretoria do Banco do Brasil
vai propor a redução do capital social do banco para começar a distribuir dividendos aos acionistas.
O capital do banco é de R$ 16,313
bilhões, mas o prejuízo acumulado nos exercícios de 95 e 96 chega a
R$ 11,252 bilhões.
A intenção dos diretores é abater
do capital o prejuízo verificado
nesse período. Serão reduzidos
também R$ 526 milhões de reservas de capital.
Assim, o BB passará a ter um capital social de R$ 5,587 bilhões. Essas mudanças têm o objetivo de
``limpar'' o balanço do banco.
Distorção
``A medida tem por objetivo eliminar a distorção gerada por prejuízos de origem estrutural', informa a nota oficial publicada nos
jornais de ontem.
É que, com prejuízo registrado
no balanço, mesmo que o banco
obtenha lucros nos próximos semestres, os acionistas não teriam
nenhum benefício com esses resultados.
Para o recebimento dos dividendos, o lucro acumulado teria que
zerar os R$ 11,252 bilhões de prejuízo.
Fazendo a redução do capital, o
banco poderá dividir os lucros que
obtiver já a partir do resultado deste semestre.
Essa proposta será apresentada à
AGE (Assembléia Geral Extraordinária) na próxima reunião, no dia
23 deste mês.
O patrimônio líquido do banco
continuará o mesmo: R$ 5,592 bilhões.
Em janeiro, o BB apresentou um
lucro de R$ 25,5 milhões e, em fevereiro, o resultado ficou positivo
em R$ 25,1 milhões.
Estímulo
O banco está preparando também um estudo para adotar medidas de estímulo ao aumento de capital por parte dos acionistas minoritários.
No ano passado, o Banco do Brasil fez uma capitalização de R$ 8
bilhões. A diretoria resolveu aumentar as reservas para créditos
duvidosos e zerar todas as pendências financeiras.
Com esse aumento de capital, os
acionistas teriam que também investir quase cinco vezes o valor
que tinham em ações para manter
a posição.
Só que, com o desgaste da imagem da instituição, poucos acionistas aumentaram seu capital.
Com isso, o Tesouro teve que bancar uma ajuda maior do que a esperada e fez um aporte de R$ 6,9
bilhões.
A idéia do banco é fortalecer a
imagem da instituição e atrair investimentos dos minoritários.
O estudo deve ser apresentado
pelo diretor de Finanças, Carlos
Caetano, ao Conselho de Administração até o final deste semestre.
(SHIRLEY EMERICK)
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