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Estouro poderia pulverizar US$ 2,6 tri
ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK
O colapso da bolha imobiliária
poderia destruir até US$ 2,6 trilhões em riquezas nos EUA, quase
um quarto de todas as riquezas
produzidas num ano no país, segundo aponta o Center for Economic and Policy Research.
O estudo estima que, de 1995 a
2002, os preços do setor imobiliário tenham crescido cerca de 30%
a mais que a inflação. "É uma média superior a US$ 35 mil em riqueza adicional para cada um dos
73,3 milhões de proprietários de
casas no país", escreve Dean Baker, diretor do instituto. Ele remete a situação americana à crise japonesa do final dos anos 80, com
a derrocada simultânea dos mercados imobiliários e de ações.
Um levantamento do governo
americano mostra que, após cinco anos ficando acima dos 70%, a
taxa de ocupação de novos apartamento no país caiu para baixo
deste patamar no final do ano
2000 e não se recuperou mais. Só
que a oferta cresceu: o pico de
construção de novos imóveis
aconteceu em 2002.
Os temores em relação ao futuro do mercado imobiliário, porém, são considerados exagerados por alguns -incluindo o presidente do Fed (o banco central
americano), Alan Greenspan.
Ele aponta os investimentos
imobiliários como motor da economia americana nos últimos
anos e, embora reconheça que o
setor possa desenvolver bolhas,
chama a atenção para o fato de
que a demanda neste mercado é
menos elástica que no de ações.
"As vendas no mercado imobiliário incorrem em substanciais
custos de transação, financeiros e
emocionais. A velocidade e a
magnitude do sobe-desce no
mercado de ações são mais difíceis de serem criados no setor
imobiliário", já disse Greenspan.
Nos últimos cinco anos, os hispânicos foram o setor da população que mais viu crescer sua parcela de proprietários de imóveis.
"Proprietários têm mais de US$
1,2 trilhão em riqueza imobiliária,
um décimo do total do país, apesar de representarem só 8% dos
proprietários de casas", diz Rachel Drew, estudiosa da Universidade Harvard.
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