UOL


São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2003

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Estouro poderia pulverizar US$ 2,6 tri

ROBERTO DIAS
DE NOVA YORK

O colapso da bolha imobiliária poderia destruir até US$ 2,6 trilhões em riquezas nos EUA, quase um quarto de todas as riquezas produzidas num ano no país, segundo aponta o Center for Economic and Policy Research.
O estudo estima que, de 1995 a 2002, os preços do setor imobiliário tenham crescido cerca de 30% a mais que a inflação. "É uma média superior a US$ 35 mil em riqueza adicional para cada um dos 73,3 milhões de proprietários de casas no país", escreve Dean Baker, diretor do instituto. Ele remete a situação americana à crise japonesa do final dos anos 80, com a derrocada simultânea dos mercados imobiliários e de ações.
Um levantamento do governo americano mostra que, após cinco anos ficando acima dos 70%, a taxa de ocupação de novos apartamento no país caiu para baixo deste patamar no final do ano 2000 e não se recuperou mais. Só que a oferta cresceu: o pico de construção de novos imóveis aconteceu em 2002.
Os temores em relação ao futuro do mercado imobiliário, porém, são considerados exagerados por alguns -incluindo o presidente do Fed (o banco central americano), Alan Greenspan.
Ele aponta os investimentos imobiliários como motor da economia americana nos últimos anos e, embora reconheça que o setor possa desenvolver bolhas, chama a atenção para o fato de que a demanda neste mercado é menos elástica que no de ações.
"As vendas no mercado imobiliário incorrem em substanciais custos de transação, financeiros e emocionais. A velocidade e a magnitude do sobe-desce no mercado de ações são mais difíceis de serem criados no setor imobiliário", já disse Greenspan.
Nos últimos cinco anos, os hispânicos foram o setor da população que mais viu crescer sua parcela de proprietários de imóveis. "Proprietários têm mais de US$ 1,2 trilhão em riqueza imobiliária, um décimo do total do país, apesar de representarem só 8% dos proprietários de casas", diz Rachel Drew, estudiosa da Universidade Harvard.


Texto Anterior: Exuberância de papel: "Bolha imobiliária" pode minar recuperação mundial, alerta FMI
Próximo Texto: Opinião econômica: Inflação: momentos decisivos
Índice


UOL
Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.