São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Petrobras oferece US$ 1 bi e deve ganhar leilão da Esso

A Petrobras praticamente fechou a compra da rede de 1.800 postos da Esso no Brasil por uma oferta de cerca de US$ 1 bilhão, 30% a mais do que o segundo colocado.
O resultado ainda não foi divulgado oficialmente, mas os interessados no negócio já foram informados, há poucos dias, da decisão. Procurada pela Folha, a Petrobras preferiu não se pronunciar.
A Petrobras, por meio da BR, já é líder no mercado de distribuição de derivados de petróleo, com uma participação total de 33%. Como a Esso possui cerca de 8% desse mercado, a Petrobras passaria a ter uma participação superior a 40% na distribuição de combustíveis.
Para evitar problemas com o Cade (Conselho Administrativo de Defesa Econômica), a Petrobras está, ao mesmo tempo, transferindo para a distribuidora brasileira Alesat alguns postos da Esso nas regiões Norte e Nordeste.
Nesses locais, a Petrobras poderia ficar com uma participação acima de 50% nesse mercado, o que seria rejeitado pelo Cade. Depois da compra da Ipiranga, a Petrobras ampliou bastante sua presença no Norte e Nordeste.
O fato é que, nunca na história da Petrobras, nem no período do regime autoritário no país, a estatal teve uma participação tão substancial no mercado de derivados de petróleo. Em Brasília, a oposição já começa a se mobilizar para contestar o negócio. As comissões de Minas e Energia e de Defesa do Consumidor pretendem convocar a Petrobras para explicar a operação.
Há muitas críticas em relação ao negócio. O especialista Adriano Pires, diretor do CBIE (Centro Brasileiro de Infra-Estrutura), diz, por exemplo, que a Petrobras deveria concentrar seus recursos na exploração e produção de petróleo, principalmente depois da megadescoberta de Tupi e de outras reservas na chamada camada pré-sal, o que vai exigir uma grande soma de investimentos.

INVESTIMENTO

A Parmalat começa neste semestre a construir sua 14ª fábrica, que, a partir de 2009, vai produzir leite em pó para exportação. O investimento previsto é de R$ 32 milhões. A capacidade de produção deve ser de 600 mil litros ao dia. "A Parmalat quer se posicionar como um player global. Em dois anos, a produção mundial de leite deve passar dos atuais 427 milhões de toneladas/ano para 665 milhões de toneladas/ano . A tendência é que os países emergentes respondam por 50% dessa demanda adicional", diz Marcus Elias, presidente do Conselho de Administração. Os Estados de Minas Gerais e Rio Grande do Sul negociam com a Parmalat para sediar o novo empreendimento da empresa.

Vivo e Claro propõem tarifa zero a governo

Vivo e Claro estão disputando corpo a corpo a concorrência pública que o governo de São Paulo realiza para a contratação de 6.000 linhas de telefone móvel. As empresas oferecem tarifa zero para ligações locais.
O pregão virtual começou na segunda-feira e teve 320 rodadas. A Secretaria de Gestão do Estado estuda qual vai ser o critério de desempate para fechar o negócio. "Existe até a chance de ser por sorteio", afirma o secretário de Gestão, Sidney Beraldo.
Atualmente, o governo estadual paga R$ 0,28 por minuto na telefonia móvel. Beraldo afirma que, com a oferta das empresas, o Estado espera economizar R$ 5 millhões com as ligações locais.
A telefonia fixa também será alvo de concorrência como parte do "programa de qualidade de despesas corporativas" do governo. O governo também deve fazer o pregão para passagens aéreas e combustível.

Rio de Janeiro
A Secretaria de Estado da Casa Civil do Rio de Janeiro acaba de concluir o pregão para contratar serviço integrado de telefonia fixa e móvel. Em 2007, o gasto foi de R$ 73 milhões com o serviço. A estimativa é que haja redução de 88%, com R$ 8,994 milhões. A vencedora do pregão foi a Oi/Telemar, na disputa com a Embratel/ Claro.

NO PUFE

A FOM, que fabrica e vende acessórios como pufes e almofadas, inicia a comercialização de franquias e planeja chegar a 50 lojas no país em dois anos. A grife inaugura nesta semana a oitava loja própria, no shopping Iguatemi. A estratégia da empresa é investir em quiosques de shoppings e, na unidade do Iguatemi, vai apostar em acessórios "premium", feitos com materiais nobres. A FOM fabrica seus produtos com matéria-prima nacional. O faturamento da empresa dobrou nos últimos 12 meses.

RETA FINAL
Ricardo Knoepfelmacher, presidente da Brasil Telecom, já bateu o martelo. Ele decidiu voltar mesmo para a Angra Partners, gestora de recursos dos fundos de pensão, depois de concretizada a operação de compra da BrT pela Oi. Luiz Eduardo Falco, que preside a Oi, ficará à frente da tele. A assinatura da papelada formalizando o negócio deverá ser feita na próxima semana.

VOLANTE
As vendas de caminhões e ônibus no 1º bimestre cresceram 32,35% ante o mesmo período de 2007, segundo a Fenabrave. De janeiro a fevereiro de 2007, foram vendidas 14.645 unidades, e, neste bimestre, 19.383.

PESOS PESADOS
Jorge Gerdau (Gerdau), Fábio Barbosa (Febraban), Márcio Cypriano (Bradesco), Horacio Lafer Piva (Klabin), Armando Monteiro Neto (CNI), José Formoso (Embratel), Ivan Zurita (Nestlé), Roberto Lima (Vivo), Edson Bueno (Amil) e João Cox (Claro) participam do "7º Fórum Empresarial", do Lide (grupo de líderes empresarias), dos dias 18 a 21, em Comandatuba. Na pauta, a educação pública.

DE BRINQUEDO
A Estrela quer bater seu recorde de lançamentos neste ano, com 286 novos produtos. Investiu R$ 5 milhões na criação da coleção de brinquedos de 2008. Em 2007, foram lançados 245.

NA LATA
A Gomes da Costa espera um crescimento de mil toneladas para 1.600 toneladas nas exportações de atum e sardinha em conserva para Angola, neste ano. Segundo a empresa, o país africano é um de seus principais mercados de exportação. A expectativa é que, neste ano, 20% do total exportado pela empresa tenha como destino Angola.

À FRANCESA
Dez empresas francesas de áreas da construção desembarcam em São Paulo, a partir do dia 8, para apresentar trabalhos para lideranças empresariais brasileiras, durante a Feira Internacional da Construção. O encontro será promovido pela parceria entre o Departamento da Indústria da Construção, da Fiesp, e a Missão Econômica Francesa.


com JOANA CUNHA e VERENA FORNETTI


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