|
Texto Anterior | Próximo Texto | Índice
Bancos reconhecem culpa e oferecem mais transparência
DE WASHINGTON
Em carta pública divulgada
ontem, o IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla
em inglês), que reúne 375 das
maiores instituições financeiras de 65 países, pede que as autoridades financeiras e monetárias mundiais respondam
mais coordenada e rapidamente às crises econômicas futuras
e promete maior transparência
de seus associados.
A entidade se manifesta poucos dias depois da crise financeira que levou o JPMorgan a
comprar o Bear Stearns numa
operação de resgate coordenada pelo Fed, o banco central
americano, e em meio a rumores sobre dificuldades graves
em outras instituições financeiras.
No texto de ontem, assinado
pelo diretor-gerente Charles
Dallara, o instituto reconhece
"sua significativa fatia de responsabilidade pela fraqueza
que tem sido revelada nos mercados financeiros". Promete
uma série de medidas, entre
elas a necessidade de se adotar
uma revisão independente no
sistema de avaliação de riscos e
novos princípios que regulem a
prática de compensação financeira de executivos, duas das
principais críticas feitas às instituições financeiras hoje.
Mas pede que as autoridades
financeiras e monetárias do
mundo inteiro que se encontrarão na semana que vem em
Washington tomem uma série
de medidas rápidas e coordenadas para restaurar a confiança
dos investidores, entre elas
continuar a injeção de liquidez
nos mercados. Dallara pede
ainda que as ações se dêem não
só no âmbito do G7, o grupo dos
sete países mais ricos do mundo, mas com a colaboração de
economias emergentes.
"Polícia financeira"
No mesmo dia, o jornal "Wall
Street Journal" trouxe reportagem segundo a qual o Fed já estaria se instalado em bancos de
investimento para monitorar
seu estado financeiro. Entre as
instituições, que se recusaram
a comentar a informação, estão
o Goldman Sachs e o Bear
Stearns.
É a primeira vez que isso
acontece em dez anos, segundo
o diário econômico, num tipo
de ação que é parecido ao previsto no plano de reforma do
sistema financeiro americano
apresentado na segunda-feira
pelo secretário do Tesouro,
Henry Paulson. Segundo o projeto, o governo contaria com
uma "polícia financeira", que
agiria em instituições que pudessem levar o mercado a uma
crise. O plano ainda tem de ser
discutido e aprovado pelo Congresso.
(SÉRGIO DÁVILA)
Texto Anterior: Bolsa sobe 1,28% e volta a ficar no positivo no ano Próximo Texto: Crédito: Instituições do Brasil terão lucros "sólidos", diz Morgan Stanley Índice
|