São Paulo, sexta-feira, 04 de abril de 2008

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Bancos reconhecem culpa e oferecem mais transparência

DE WASHINGTON

Em carta pública divulgada ontem, o IIF (Instituto de Finanças Internacionais, na sigla em inglês), que reúne 375 das maiores instituições financeiras de 65 países, pede que as autoridades financeiras e monetárias mundiais respondam mais coordenada e rapidamente às crises econômicas futuras e promete maior transparência de seus associados.
A entidade se manifesta poucos dias depois da crise financeira que levou o JPMorgan a comprar o Bear Stearns numa operação de resgate coordenada pelo Fed, o banco central americano, e em meio a rumores sobre dificuldades graves em outras instituições financeiras.
No texto de ontem, assinado pelo diretor-gerente Charles Dallara, o instituto reconhece "sua significativa fatia de responsabilidade pela fraqueza que tem sido revelada nos mercados financeiros". Promete uma série de medidas, entre elas a necessidade de se adotar uma revisão independente no sistema de avaliação de riscos e novos princípios que regulem a prática de compensação financeira de executivos, duas das principais críticas feitas às instituições financeiras hoje.
Mas pede que as autoridades financeiras e monetárias do mundo inteiro que se encontrarão na semana que vem em Washington tomem uma série de medidas rápidas e coordenadas para restaurar a confiança dos investidores, entre elas continuar a injeção de liquidez nos mercados. Dallara pede ainda que as ações se dêem não só no âmbito do G7, o grupo dos sete países mais ricos do mundo, mas com a colaboração de economias emergentes.

"Polícia financeira"
No mesmo dia, o jornal "Wall Street Journal" trouxe reportagem segundo a qual o Fed já estaria se instalado em bancos de investimento para monitorar seu estado financeiro. Entre as instituições, que se recusaram a comentar a informação, estão o Goldman Sachs e o Bear Stearns.
É a primeira vez que isso acontece em dez anos, segundo o diário econômico, num tipo de ação que é parecido ao previsto no plano de reforma do sistema financeiro americano apresentado na segunda-feira pelo secretário do Tesouro, Henry Paulson. Segundo o projeto, o governo contaria com uma "polícia financeira", que agiria em instituições que pudessem levar o mercado a uma crise. O plano ainda tem de ser discutido e aprovado pelo Congresso.
(SÉRGIO DÁVILA)


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