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Leves e baratos, netbooks modificam computação
Nova geração de equipamentos ameaça perturbar negócios de Intel e Microsoft
Netbooks podem responder por cerca de 10% do mercado geral de computadores no fim do ano, aponta pesquisa
ASHLEE VANCE
MATT RICHTEL
DO "NEW YORK TIMES",
EM SAN FRANCISCO
Prepare-se para o próximo
estágio na revolução da computação pessoal: computadores
ultrafinos e muito baratos.
A AT&T anunciou nesta semana que os consumidores de
Atlanta podem adquirir uma
espécie de computador pessoal
compacto, conhecido como
netbook, por apenas US$ 50,
caso assinem um plano de internet -a oferta pode ser estendida a outros mercados depois do período de teste.
A ascensão dos netbooks
com chips para celulares abre
todo um novo mercado para as
operadoras de telefonia: os
usuários de computadores.
As máquinas pessoais estão a
ponto de passar pela maior mudança desde o surgimento do
laptop. Em junho os consumidores verão os primeiros netbooks nas lojas, provavelmente
oferecidos pelas pioneiras
Asustek e Acer.
"A era do computador perfeito para a internet a preço de
US$ 99 começará neste ano",
disse Jen-Hsun Huang, presidente-executivo da Nvidia, fabricante de placas gráficas para
computadores que tenta se
adaptar à nova ordem.
Um grupo inesperado de empresas ajuda a promover essa
transformação -companhias
que fabricam os chips baratos e
de baixo consumo de energia
usados em celulares e que agora aplicam esses conhecimentos aos computadores pessoais.
Como em qualquer revolução, os atuais senhores do reino
-Intel e Microsoft, produtores
dos chips e do software que
acionam a maioria dos computadores- enfrentarão um desafio sem precedentes.
Até agora, os netbooks atraíram audiência relativamente
pequena. Ainda assim, são a
grande história de sucesso no
setor de computação.
As vendas devem duplicar
neste ano, enquanto as dos
computadores em geral tendem a cair 12%, de acordo com
o grupo de pesquisa Gartner.
Pelo final de 2009, os netbooks
podem responder por cerca de
10% do mercado geral de computadores, uma alta espantosa
em um período tão curto.
Os netbooks enfrentam problemas para executar software
como videogames e programas
de edição fotográfica. Atendem
às pessoas que passam a maior
parte de seu tempo com serviços on-line e desejam um aparelho barato e leve que possam
usar em qualquer lugar.
A Freescale distribuiu netbooks gratuitos a jovens de 14 a
20 anos. "Eles usavam as máquinas para entrar na internet
enquanto tomavam café da manhã no sofá, ou as levavam para
a escola a fim de fazer anotações", disse Glen Burchers, diretor de marketing de produtos
ao consumidor da empresa.
A Qualcomm recentemente
lançou o Snapdragon, chip para
celulares inteligentes e computadores ultraleves. A empresa
já anunciou contratos de venda
para 15 grandes fabricantes de
aparelhos, entre os quais LG,
Acer, Samsung e Asustek.
Ceticismo
A Intel e a Microsoft alegam
que os consumidores deveriam
manter o ceticismo quanto ao
desempenho de computadores
com preço inferior a US$ 300.
"Quando essas coisas são
vendidas, deveriam ter rótulos
claros de advertência quanto ao
que não são capazes de fazer",
disse Sean Maloney, vice-presidente da Intel.
No seu mais recente balanço
trimestral, a Microsoft registrou a primeira queda de vendas na versão do Windows para
computadores. Atribuiu a culpa aos netbooks. A empresa cobra em média US$ 73 aos fabricantes de computadores pelo
Windows Vista, usado em máquinas de mesa e laptops de alta
potência. Isso é o triplo do que
recebe pela venda do Windows
XP em um netbook.
Fabricantes de computadores como HP, Acer e Dell, que
enfrentam margens ínfimas de
lucro na venda de laptops, podem usar a concorrência mais
intensa para pressionar Microsoft e Intel por uma redução
nos preços dos componentes.
Tradução de PAULO MIGLIACCI
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