São Paulo, sábado, 04 de abril de 2009

Texto Anterior | Próximo Texto | Índice

Leves e baratos, netbooks modificam computação

Nova geração de equipamentos ameaça perturbar negócios de Intel e Microsoft

Netbooks podem responder por cerca de 10% do mercado geral de computadores no fim do ano, aponta pesquisa


ASHLEE VANCE
MATT RICHTEL
DO "NEW YORK TIMES", EM SAN FRANCISCO

Prepare-se para o próximo estágio na revolução da computação pessoal: computadores ultrafinos e muito baratos.
A AT&T anunciou nesta semana que os consumidores de Atlanta podem adquirir uma espécie de computador pessoal compacto, conhecido como netbook, por apenas US$ 50, caso assinem um plano de internet -a oferta pode ser estendida a outros mercados depois do período de teste.
A ascensão dos netbooks com chips para celulares abre todo um novo mercado para as operadoras de telefonia: os usuários de computadores.
As máquinas pessoais estão a ponto de passar pela maior mudança desde o surgimento do laptop. Em junho os consumidores verão os primeiros netbooks nas lojas, provavelmente oferecidos pelas pioneiras Asustek e Acer.
"A era do computador perfeito para a internet a preço de US$ 99 começará neste ano", disse Jen-Hsun Huang, presidente-executivo da Nvidia, fabricante de placas gráficas para computadores que tenta se adaptar à nova ordem.
Um grupo inesperado de empresas ajuda a promover essa transformação -companhias que fabricam os chips baratos e de baixo consumo de energia usados em celulares e que agora aplicam esses conhecimentos aos computadores pessoais.
Como em qualquer revolução, os atuais senhores do reino -Intel e Microsoft, produtores dos chips e do software que acionam a maioria dos computadores- enfrentarão um desafio sem precedentes.
Até agora, os netbooks atraíram audiência relativamente pequena. Ainda assim, são a grande história de sucesso no setor de computação.
As vendas devem duplicar neste ano, enquanto as dos computadores em geral tendem a cair 12%, de acordo com o grupo de pesquisa Gartner.
Pelo final de 2009, os netbooks podem responder por cerca de 10% do mercado geral de computadores, uma alta espantosa em um período tão curto.
Os netbooks enfrentam problemas para executar software como videogames e programas de edição fotográfica. Atendem às pessoas que passam a maior parte de seu tempo com serviços on-line e desejam um aparelho barato e leve que possam usar em qualquer lugar.
A Freescale distribuiu netbooks gratuitos a jovens de 14 a 20 anos. "Eles usavam as máquinas para entrar na internet enquanto tomavam café da manhã no sofá, ou as levavam para a escola a fim de fazer anotações", disse Glen Burchers, diretor de marketing de produtos ao consumidor da empresa.
A Qualcomm recentemente lançou o Snapdragon, chip para celulares inteligentes e computadores ultraleves. A empresa já anunciou contratos de venda para 15 grandes fabricantes de aparelhos, entre os quais LG, Acer, Samsung e Asustek.

Ceticismo
A Intel e a Microsoft alegam que os consumidores deveriam manter o ceticismo quanto ao desempenho de computadores com preço inferior a US$ 300.
"Quando essas coisas são vendidas, deveriam ter rótulos claros de advertência quanto ao que não são capazes de fazer", disse Sean Maloney, vice-presidente da Intel.
No seu mais recente balanço trimestral, a Microsoft registrou a primeira queda de vendas na versão do Windows para computadores. Atribuiu a culpa aos netbooks. A empresa cobra em média US$ 73 aos fabricantes de computadores pelo Windows Vista, usado em máquinas de mesa e laptops de alta potência. Isso é o triplo do que recebe pela venda do Windows XP em um netbook.
Fabricantes de computadores como HP, Acer e Dell, que enfrentam margens ínfimas de lucro na venda de laptops, podem usar a concorrência mais intensa para pressionar Microsoft e Intel por uma redução nos preços dos componentes.


Tradução de PAULO MIGLIACCI


Texto Anterior: Cliente da Gol e da Varig poderá usar milhas na Air France
Próximo Texto: Tecnologia: Google negocia a compra do Twitter, diz site
Índice


Copyright Empresa Folha da Manhã S/A. Todos os direitos reservados. É proibida a reprodução do conteúdo desta página em qualquer meio de comunicação, eletrônico ou impresso, sem autorização escrita da Folhapress.