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ECONOMIA INTERNACIONAL
Comissão diz que dinheiro aplicado (US$ 51 bilhões ao ano) ameaça unificação monetária
UE quer maior controle sobre subsídios
MARTA AVANCINI
de Paris
A Comissão Européia vai exercer
um controle mais rigoroso dos
programas da ajuda financeira dos
governos dos países-membros da
União Européia às indústrias.
A decisão foi tomada com base
na análise do desempenho de 12
países entre 92 e 94.
Para a comissão, o volume aplicado nesses programas -cerca de
US$ 51 bilhões ao ano- e os tipos
de ajuda ameaçam a unificação
monetária e econômica européia e
a concorrência em condições de
igualdade entre os países.
A comissão é o órgão executivo
da União Européia, responsável
pelo cumprimento dos tratados
firmados pelo grupo.
Desequilíbrio
Em geral, esses programas consistem em subsídios e outras formas de ajuda financeira a empresas ou setores econômicos que necessitam de auxílio -seja para se
recuperar de uma crise ou para se
desenvolver.
O governo francês, por exemplo,
atua em três direções: financiamentos para tornar um determinado setor mais competitivo, concessão de benefícios visando estimular contratação e programas de
estímulo à exportação.
Como, para a comissão, há muita discrepância entre os volumes
aplicados entre os países da União
Européia, existe o risco de uma
concorrência desleal entre eles em
favor dos mais ricos.
``Isso pode ser nefasto para a
coesão econômica da Europa'', diz
o relatório.
As quatro economias mais fortes
-Alemanha, França, Itália e Reino Unido- responderam, entre
92 e 94, por cerca de 85% dos investimentos em programas de ajuda a indústrias localizadas na
União Européia.
A maior parte coube à Alemanha
-US$ 20,5 bilhões ao ano, em média- e foi aplicada na recuperação do parque industrial da antiga
Alemanha Oriental.
No entanto, a participação desses países no total aumentou três
pontos percentuais em relação ao
biênio 90/92.
Isso ocorreu apesar de o Reino
Unido ter reduzido em cerca de
36% o valor aplicado nesses tipos
de programa. Outros nove países
também reduziram os investimentos nesses programas.
No global, o relatório observa a
reversão da tendência de queda
dos investimentos.
O volume aplicado em 94 está
próximo do de 90 (US$ 51,6 bilhões), após queda em 91 (US$ 46,9
bilhões).
Medidas
A fixação de objetivos claros e de
um calendário comum visando a
redução global desse tipo de ajuda
são as propostas básicas para mudar esse quadro, na avaliação de
Karel Van Mietel, comissário encarregado do assunto.
Mietel também propõe um controle mais rigoroso das chamadas
``ajudas para a salvação'' de empresas em dificuldade.
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