São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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CUT chama o acordo de farsa e quer anulação

DA REPORTAGEM LOCAL

O presidente da CUT, João Felício, criticou ontem a Força Sindical, chamou o acordo do FGTS de "a maior farsa do mundo" e disse que já estuda medidas jurídicas para anular os termos de adesão assinados e entregues ao governo.
"Desde o princípio a CUT vem alertando os trabalhadores que o acordo é desfavorável. A Força só descobriu agora, depois de a Justiça favorecer os metalúrgicos de São Paulo, que era melhor esperar a Justiça do que abrir mão da correção? A central age de uma forma e orienta a base de outra? Isso é má-fé", disse o sindicalista.
Em documento divulgado ontem, a central afirma ainda que "o ex-ministro do Trabalho Francisco Dornelles gastou R$ 2,5 milhões em propaganda, usando inclusive presidentes de outras centrais como garotos-propaganda, para tentar convencer os trabalhadores a aderirem ao acordo. Chamaram-no de o maior acordo do mundo. Para a CUT, ali se desencadeava a maior farsa do mundo". A CUT se referia a propaganda em que os presidentes da Força, Paulo Pereira da Silva, e da SDS (Social Democracia Sindical), Enilson Simões, o Alemão, orientavam os trabalhadores a assinarem o termo de adesão.
A CUT encaminhou ao seu departamento jurídico pedido para estudar a possibilidade de anular os termos de adesão assinados e entregues ao governo.
"O grande debate é saber se quem assinou o termo vai poder recuar. Se os metalúrgicos de São Paulo conseguirem, outros também poderão", disse. A CUT orienta o trabalhador a abrir ação na Justiça ou aguardar a conclusão de processos em andamento. "O trabalhador pode preencher o termo para receber as informações atualizadas, mas não deve assinar o documento", afirmou. Ele também disse que espera que a Força não cometa na reforma da CLT (Consolidação das Leis do Trabalho) o mesmo erro que cometeu na negociação para pagamento das perdas do FGTS. (CR)

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