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Uruguai estuda pacote contra "efeito Argentina"
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O governo uruguaio prevê para
esta semana um pacote de medidas que serão uma espécie de
blindagem contra o contágio da
crise argentina. O temor é que o
país seja o novo foco de turbulência na América do Sul, especialmente em razão de sua dependência comercial da Argentina.
O adiantamento do projeto, que
inclui cortes de gastos e privatizações, foi feito pelo ministro da
Economia, Alberto Bensión, após
reunião de que participou na Comissão de Indústria, Energia e
Minério do Legislativo uruguaio.
Além das medidas para aumentar a arrecadação, Bensión disse
que o país receberá um financiamento de US$ 1 bilhão do Bird
(Banco Mundial) e do BID (Banco
Interamericano de Desenvolvimento), os quais se somarão aos
US$ 743 milhões de empréstimo
já definidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Segundo ele, o nível do déficit
fiscal no Uruguai é preocupante
(ele não precisou em números o
valor atual), e o país, caracterizado pelo bom padrão de vida (o índice de analfabetismo, por exemplo, é de 3,1%, em uma população
de apenas 3,36 milhões de pessoas) está em recessão pelo quarto
ano consecutivo. O desemprego
já chega a 14,4%.
O ministro atribui as medidas
""à dificuldade que vive o país,
produto de uma série de circunstâncias, mas particularmente dos
efeitos da situação argentina".
As ações terão cinco eixos básicos, sendo que um deles já foi estabelecido na semana passada: a
manutenção de uma desvalorização mensal de 2,4% do peso uruguaio e uma variação possível de
12% na banda cambial -tais critérios serão utilizados até pelo
menos o final do ano. Outra já
tornada oficial é o financiamento
externo de US$ 1 bilhão que se somará ao do FMI.
As outras medidas seriam o lançamento de quatro decretos para
o estabelecimento de uma economia que chegue aos US$ 30 milhões anuais e a de privatização do
atual sistema de concessões para a
construção de estradas e, mais
adiante, desmonopolizar as telecomunicações.
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