São Paulo, sábado, 04 de maio de 2002

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Uruguai estuda pacote contra "efeito Argentina"

LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE

O governo uruguaio prevê para esta semana um pacote de medidas que serão uma espécie de blindagem contra o contágio da crise argentina. O temor é que o país seja o novo foco de turbulência na América do Sul, especialmente em razão de sua dependência comercial da Argentina.
O adiantamento do projeto, que inclui cortes de gastos e privatizações, foi feito pelo ministro da Economia, Alberto Bensión, após reunião de que participou na Comissão de Indústria, Energia e Minério do Legislativo uruguaio.
Além das medidas para aumentar a arrecadação, Bensión disse que o país receberá um financiamento de US$ 1 bilhão do Bird (Banco Mundial) e do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), os quais se somarão aos US$ 743 milhões de empréstimo já definidos pelo FMI (Fundo Monetário Internacional).
Segundo ele, o nível do déficit fiscal no Uruguai é preocupante (ele não precisou em números o valor atual), e o país, caracterizado pelo bom padrão de vida (o índice de analfabetismo, por exemplo, é de 3,1%, em uma população de apenas 3,36 milhões de pessoas) está em recessão pelo quarto ano consecutivo. O desemprego já chega a 14,4%.
O ministro atribui as medidas ""à dificuldade que vive o país, produto de uma série de circunstâncias, mas particularmente dos efeitos da situação argentina".
As ações terão cinco eixos básicos, sendo que um deles já foi estabelecido na semana passada: a manutenção de uma desvalorização mensal de 2,4% do peso uruguaio e uma variação possível de 12% na banda cambial -tais critérios serão utilizados até pelo menos o final do ano. Outra já tornada oficial é o financiamento externo de US$ 1 bilhão que se somará ao do FMI.
As outras medidas seriam o lançamento de quatro decretos para o estabelecimento de uma economia que chegue aos US$ 30 milhões anuais e a de privatização do atual sistema de concessões para a construção de estradas e, mais adiante, desmonopolizar as telecomunicações.



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