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Crise fará AL crescer pouco, diz Cepal
CHICO SANTOS
DA SUCURSAL DO RIO
A economia da Argentina sofrerá uma retração de 10% este ano,
levando a produção da América
Latina a crescer escassos 0,2%. Esta é a última versão das estimativas da Cepal (Comissão Econômica para a América Latina), órgão das Nações Unidas, para o desempenho econômico da região
em 2002. Para o Brasil, a previsão
é de 2,2% positivos.
Em dezembro do ano passado, a
Cepal estimava que a América Latina cresceria 1% este ano, com a
Argentina caindo 7% e o Brasil
crescendo os mesmos 2,2%.
Mesmo sem a Argentina, o crescimento da região previsto pela
Cepal será de 1,7%, considerado
"modesto e insuficiente" pelo secretário-executivo da instituição,
o colombiano José Antonio
Ocampo.
Segundo ele, nos últimos cinco
anos a região cresceu a uma média de 1,5% ao ano, o que, considerado o crescimento populacional, representa uma estagnação.
A Cepal calcula que, para reduzir em 50%, até 2015, o total da população latino-americana abaixo
da linha de pobreza, é preciso que
os países da região cresçam a médias entre 3,8% e 4,5%.
Para que o desemprego seja eliminado, o crescimento populacional absorvido pelo mercado de
trabalho e o aumento do desnível
tecnológico entre a região e os
países ricos estancado, a Cepal estima que a América Latina precisa
crescer a longo prazo a uma média de 6% ao ano.
Ocampo, ministro da Fazenda
da Colômbia de 1993 a 1997, disse
que, mesmo sofrendo uma queda
de 10% ao longo do ano, a economia da Argentina deverá fechar
2002 em crescimento, possivelmente entre 2% e 3% no último
trimestre do ano.
Pelas projeções da Cepal, a República Dominicana, cuja economia esteve sempre entre as maiores taxas de crescimento regional
ao longo dos últimos sete anos,
deverá ter este ano o maior crescimento na América Latina, com
uma taxa de 4%.
Depois da Argentina, o pior desempenho previsto pela Cepal deverá ser o do Uruguai, com queda
de 2% provocada pelos problemas do país vizinho. Em dezembro, a Cepal previa crescimento
zero para a economia uruguaia.
Alca
Ocampo disse que a Alca (Área
de Livre Comércio das Américas)
"pode ter um papel positivo" para
a América Latina, desde que encontre uma forma de dar tratamento adequado aos diferentes e
níveis de desenvolvimento dos
países. Ele defende que a Alca crie
um fundo, alimentado pelos países mais ricos, para tentar igualar
os estágios de desenvolvimento
do continente, a exemplo do que
fez a União Européia.
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