DA SUCURSAL DO RIO

A agropecuária é o setor econômico que apresenta a distribuição mais igualitária do PIB: 165 cidades concentravam, em 2002, 25% do valor da produção do campo, enquanto apenas 9 respondiam pela mesma fatia do PIB.
Do total de cidades do país, 602 produziam 50% de todos os bens e serviços agropecuários -no PIB geral, eram apenas 70.
Já a indústria mostra praticamente a mesma estrutura do PIB: nove cidades representam 25% da produção do setor, e 55, 50%. Nos serviços, a concentração é ainda maior: São Paulo, Rio e Brasília abocanham 25,7% do PIB do setor. Metade da produção do setor está em 41 municípios, sendo que as capitais respondiam por 39,8% do setor de serviços.
Medida de concentração de renda (nesse caso, do valor produzido em cada setor em relação ao número de cidades), o índice de Gini da agropecuária era de 0,63, enquanto o da indústria ficava em 0,91. O do setor de serviços, que representa cerca de 55% do PIB, se situava em 0,84 (mesmo número registrado pelo PIB como um todo). Quanto mais próximo de 1, maior é o nível de concentração.
Beneficiadas pela boa safra e pelos preços elevados em 2002, as cidades produtoras de laranja foram as que mais geravam riqueza na agropecuária. Os destaques foram Itápolis (SP) e Mogi Guaçu (SP), com 0,6% e 0,4% de tudo o que foi produzido no campo. "Mas, como a agropecuária é bastante distribuída, não há um único município que concentre muito", afirma Sheila Zani, coordenadora da pesquisa do IBGE.
De 1999 para 2002, deixaram de figurar entre as cidades de maior peso na indústria Curitiba, Belo Horizonte e São Bernardo do Campo (SP) -nesse caso, revelando o esvaziamento econômico do ABC paulista. Mas entraram na lista Macaé (RJ), Duque de Caxias (RJ) e Camaçari (BA).
A indústria de São Paulo continuou na frente, mas perdeu espaço. Representava 10,5% do PIB do setor em 1999. Passou para 9,42% em 2002. No Rio, o segundo pólo industrial do país, a participação caiu de 4,41% para 3,22%. (PS)


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