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Ganhos da Gerdau crescem 92%
LÉO GERCHMANN
DA AGÊNCIA FOLHA, EM PORTO ALEGRE
O lucro do grupo Gerdau atingiu crescimento de 91,6% no primeiro trimestre deste ano, em
comparação com o mesmo período de 2004. A consolidação de novas unidades na América do Norte e o aumento dos preços médios
no mercado internacional contribuíram para o lucro líquido, de janeiro a março, ter chegado a R$
809,7 milhões. No mesmo período de 2005, havia sido de R$ 422,5
milhões.
Maior produtora de aços longos
da América Latina e América do
Norte, a Gerdau teve, nos três primeiros meses do ano, faturamento de R$ 6,9 bilhões -aumento
de 39,3% sobre o mesmo período
de 2004. Cerca de 75% das vendas
tiveram como foco o exterior,
considerando o aço exportado a
partir do Brasil e comercializado
no Canadá, Chile, Estados Unidos
e Uruguai.
""A demanda no exterior se
mantém aquecida principalmente pela influência da China. A expectativa, de acordo com o cenário atual, é que a produção mundial do setor supere em 2005, novamente, a marca de 1 bilhão de
toneladas de aço, a exemplo do
ano anterior", afirma o vice-presidente sênior Frederico Gerdau Johannpeter.
Os preços dos produtos exportados pelo grupo Gerdau, em dólares, aumentaram 30% em média. A evolução dos preços no exterior se refletiu na receita de exportações, que cresceu 26,9% -
chegando aos US$ 279,2 milhões- apesar de o volume de
embarques ter se mantido estável
em comparação com o primeiro
trimestre de 2004.
O crescimento da Gerdau confirma uma tendência. No primeiro semestre de 2003, o lucro chegou a R$ 1,3 bilhão, 134% superior
ao período de janeiro a junho de
2003. Em novembro, os ativos da
empresa North Star Steel -com
capacidade instalada de 1,6 milhão de toneladas de aço- passaram a integrar a Gerdau Ameristeel, responsável pelas operações
na América do Norte.
Com isso, a capacidade de produção do grupo cresceu de 14,7
milhões de toneladas para 16,4
milhões de toneladas/ano. O negócio incluiu quatro usinas de
aços longos, três unidades de processamento de fio-máquina e
uma unidade produtora de corpos moedores em aço para a indústria de mineração. Foram adquiridas, em 2004, 13 unidades de
corte e dobra de aço para construção civil.
De janeiro a março, a Gerdau
Ameristeel comercializou 1,6 milhão de toneladas de produtos siderúrgicos -17,5% de crescimento em relação ao primeiro trimestre de 2004.
No Brasil, o mercado interno
apresentou retração de 5,3%, devido à menor demanda na construção civil e na agropecuária, enquanto nos demais países da
América do Sul as vendas evoluíram 12,6%, atingindo 136 mil toneladas. No total, as vendas do
grupo Gerdau nas Américas cresceram para 3,4 milhões de toneladas, volume 6,6% maior.
As ações preferenciais da Metalúrgica Gerdau S.A. passaram, anteontem, a integrar a carteira do
Ibovespa (Índice da Bolsa de Valores de São Paulo).
China
O grupo Gerdau anunciou uma
compra de equipamentos da China no valor de R$ 650 milhões, para serem utilizados na Gerdau
AçoMinas, em Ouro Branco
(MG). A usina siderúrgica deverá
ser a maior das Américas, segundo a empresa.
O presidente do grupo, Jorge
Gerdau Johannpeter, disse ontem
que a China foi escolhida como
fornecedora por sua tecnologia na
produção de equipamentos. Segundo ele, o restante do investimento será contratado no Brasil.
Johannpeter foi recebido ontem
pelo presidente Luiz Inácio Lula
da Silva, em Brasília, onde assinou
o acordo. Cinco empresas chinesas participam do contrato.
A expansão da unidade da empresa está programada para ocorrer até 2007, com uma ampliação
da capacidade instalada de três
milhões de toneladas para 4,5 milhões.
As tecnologias encomendadas
da China irão ampliar a produção
do alto-forno que transforma minério de ferro em insumo siderúrgico, e em dois outros processos
da produção. A chegada do primeiro lote está prevista para o início de 2006.
Gerdau também criticou os custos do governo, que classificou
como "extremamente elevados"
por representarem cerca de 40%
do PIB.
Segundo o empresário, a política econômica, no que tange à credibilidade, vai bem. "Na parte de
custos, despesas, há melhorias a
fazer". Ele ressaltou que os altos
custos com a máquina são "herança histórica" e uma tarefa difícil, que precisa ser atacada com
maior eficiência.
Colaborou a Sucursal de Brasília
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