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Tarso descarta "postura imperial"
KENNEDY ALENCAR
CLÁUDIA DIANNI
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O ministro Tarso Genro (Relações Institucionais) disse que o
presidente Lula "não adotará postura imperial" no encontro de hoje com o presidente da Bolívia,
Evo Morales. Afirmou, porém,
que Lula pedirá "respeito e cumprimento dos contratos" firmados com a Petrobras antes da decisão boliviana de nacionalizar
sua reservas de hidrocarbonetos.
Indagado se achava que o presidente da Venezuela, Hugo Chávez, atuara nos bastidores para estimular a decisão de Morales, Tarso respondeu: "Pelo contrário. O
presidente Chávez disse ao presidente Lula que não sabia da nacionalização nem fora informado
dela". Lula e Chávez conversaram
anteontem por telefone.
A Folha apurou que Lula dirá a
Morales, na reunião de hoje em
Puerto Iguazú (Argentina), que a
Bolívia deve facilitar o diálogo sobre a manutenção dos interesses
das empresas petrolíferas na Bolívia, inclusive a Petrobras, para
evitar uma excessiva crítica dos
mercados internacionais que afugentem investimentos e isolem a
Bolívia. O governo quer convencer Morales a zelar para a manutenção de um bom relacionamento com o Brasil.
Lula evitou radicalizar por compreender a decisão de Morales,
segundo disse a auxiliares, e porque não deseja que o Brasil seja
visto como um país mais forte
tentando esmagar um mais fraco.
"O presidente respeita a soberania da Bolívia", disse Tarso.
Governo x oposição
Tarso disse que as críticas do
PSDB e do PFL de que o Brasil
possa viver um "apagão" do gás
são "um desejo de uma oposição
ansiosa" para encontrar um mote
eleitoral. "Esse tipo de crítica até
eleva o nível do debate e é boa,
pois está na contramão do que a
oposição fazia", disse o ministro.
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