São Paulo, quinta-feira, 04 de maio de 2006

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MERCADO FINANCEIRO

Recuo é influenciado pela queda no volume de captações externas; para analista, moeda deve seguir em baixa

Fluxo de dólares para o país cai 92% em abril

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

Depois de dois meses seguidos de recordes, o fluxo de dólares para o Brasil teve uma forte queda no mês passado, segundo dados do Banco Central. Em abril, o ingresso de divisas ficou em US$ 609 milhões, contra US$ 7,993 bilhões registrados em março.
Quase toda essa queda se explica pelo resultado negativo apurado nas chamadas operações financeiras -que incluem, entre outras, a entrada de investimentos estrangeiros e pagamentos da dívida externa. Nessa conta, as remessas de dólares para o exterior superaram as entradas em US$ 2,715 bilhões.
Esse número pode ter sido influenciado pela queda no volume de captações externas feitas pelo setor privado ao longo do mês de abril. Números preliminares do Banco Central mostravam, no final do mês passado, que as empresas brasileiras estavam refinanciando apenas 90% das dívidas que venceram nesse período. A parcela que não é refinanciada precisa ser paga, o que resulta em remessas de dólares para fora do país.
Apesar da menor entrada de dólares registrada em abril, o cenário para a taxa de câmbio ainda é visto como relativamente positivo. Para o diretor de tesouraria do Modal Asset Management, Eduardo Cotrim, a balança comercial deve continuar a garantir o fluxo de recursos para o país.
"A balança comercial ainda está boa, e a venda de ações do Banco do Brasil pode trazer entre US$ 1 bilhão e US$ 1,5 bilhão para o Brasil", diz Cotrim, numa referência ao plano do governo de vender no mercado parte dos papéis que possui no BB. No mês passado, o CMN (Conselho Monetário Nacional) aumentou o limite de participação estrangeira no capital do banco, o que vai permitir que investidores de fora do país se inscrevam no leilão.

Dólar sobe, Bolsa cai
Depois de quatro quedas consecutivas, o dólar comercial subiu 0,63% e terminou o dia a R$ 2,073. A Bovespa, após o recorde da véspera, teve um dia de realização de lucros e caiu 0,24%, para 40.919 pontos, acompanhando a baixa da Bolsa de Nova York.
"Foi um movimento normal, mais um ajuste do que qualquer outra coisa", afirmou Júlio César Vogeler, operador de câmbio da corretora Didier Levy.


Colaborou Denyse Godoy, da Folha Online

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