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MERCADO FINANCEIRO
Recuo é influenciado pela queda no volume de captações externas; para analista, moeda deve seguir em baixa
Fluxo de dólares para o país cai 92% em abril
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
Depois de dois meses seguidos
de recordes, o fluxo de dólares para o Brasil teve uma forte queda
no mês passado, segundo dados
do Banco Central. Em abril, o ingresso de divisas ficou em US$
609 milhões, contra US$ 7,993 bilhões registrados em março.
Quase toda essa queda se explica pelo resultado negativo apurado nas chamadas operações financeiras -que incluem, entre
outras, a entrada de investimentos estrangeiros e pagamentos da
dívida externa. Nessa conta, as remessas de dólares para o exterior
superaram as entradas em US$
2,715 bilhões.
Esse número pode ter sido influenciado pela queda no volume
de captações externas feitas pelo
setor privado ao longo do mês de
abril. Números preliminares do
Banco Central mostravam, no final do mês passado, que as empresas brasileiras estavam refinanciando apenas 90% das dívidas que venceram nesse período.
A parcela que não é refinanciada
precisa ser paga, o que resulta em
remessas de dólares para fora do
país.
Apesar da menor entrada de
dólares registrada em abril, o cenário para a taxa de câmbio ainda
é visto como relativamente positivo. Para o diretor de tesouraria do
Modal Asset Management,
Eduardo Cotrim, a balança comercial deve continuar a garantir
o fluxo de recursos para o país.
"A balança comercial ainda está
boa, e a venda de ações do Banco
do Brasil pode trazer entre US$ 1
bilhão e US$ 1,5 bilhão para o Brasil", diz Cotrim, numa referência
ao plano do governo de vender no
mercado parte dos papéis que
possui no BB. No mês passado, o
CMN (Conselho Monetário Nacional) aumentou o limite de participação estrangeira no capital
do banco, o que vai permitir que
investidores de fora do país se inscrevam no leilão.
Dólar sobe, Bolsa cai
Depois de quatro quedas consecutivas, o dólar comercial subiu
0,63% e terminou o dia a R$ 2,073.
A Bovespa, após o recorde da véspera, teve um dia de realização de
lucros e caiu 0,24%, para 40.919
pontos, acompanhando a baixa
da Bolsa de Nova York.
"Foi um movimento normal,
mais um ajuste do que qualquer
outra coisa", afirmou Júlio César
Vogeler, operador de câmbio da
corretora Didier Levy.
Colaborou Denyse Godoy,
da Folha Online
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