São Paulo, quinta-feira, 04 de maio de 2006

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AGRICULTURA

Levantamento da Conab prevê queda pela terceira vez seguida, agora de 121,5 mi para 121,1 mi de toneladas

Governo reduz projeção de safra, de novo

FERNANDO ITOKAZU
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O sexto levantamento da Conab (Companhia Nacional de Abastecimento) registrou nova queda na estimativa da safra de grãos. Foi a terceira vez consecutiva que o estudo resultou em projeção menor do que a anterior.
A produção deve ser de 121,1 milhões de toneladas -a previsão era de 121,5 milhões em abril. A queda acontece mesmo com a manutenção da área plantada em relação ao último levantamento, de 47,1 milhões de hectares.
O presidente da Conab, Jacinto Ferreira, disse que as condições climáticas adversas, com estiagem na maioria dos Estados e excesso de chuvas no Centro-Oeste, e a ferrugem asiática na soja foram as responsáveis pela queda. "[A queda] não é significativa. A safra já está praticamente consolidada. O clima deve ser favorável nos próximos meses, mas sem grandes alterações", afirmou.
Apesar disso, o resultado fica abaixo do limite inferior (121,5 milhões de toneladas) do primeiro levantamento de intenção de plantio, divulgado em outubro do ano passado.
Em fevereiro, o governo trabalhava até com a perspectiva de colheita recorde de 124,4 milhões de toneladas, mas teve de refazer suas projeções por causa das condições climáticas.

Menos soja
A soja foi uma das culturas responsáveis pela queda na estimativa da colheita da Conab. A produção estimada caiu de 55,7 milhões de toneladas em abril para 55,2 milhões, principalmente por causa da ferrugem asiática.
"É uma doença cara. A maioria dos produtores resolve perder parte da produção do que fazer o tratamento", declarou Ferreira, que também citou ganhos com o milho safrinha, feijão e mamona.
Ele também comentou sobre as manifestações de produtores rurais de Mato Grosso e Mato Grosso do Sul em rodovias contra as políticas econômica e agrícola do governo.
Citou as medidas já anunciadas de liberação de crédito para a comercialização e prorrogação das dívidas dos produtores. E anunciou que o governo deve destinar R$ 150 milhões para a compra de grãos, principalmente arroz, feijão e milho, neste mês.


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