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FMI ainda não está satisfeito com medidas e empréstimo é dúvida
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MARCIO AITH
DE WASHINGTON
Diferentemente do que divulgou-se na Argentina nos últimos
dias, o FMI (Fundo Monetário Internacional) não está totalmente
satisfeito com as medidas adotadas no país e ainda não decidiu se
vai dar início a negociações formais sobre um novo empréstimo
com a equipe econômica do presidente Eduardo Duhalde.
O Fundo acredita que a Argentina cumpriu inadequadamente as
três condições exigidas para a
concessão de um novo empréstimo: o fim do curralzinho, a revogação da Lei de Subversão Econômica (que viabilizava a prisão de
empresários e banqueiros acusados de crimes contra a ordem
econômica) e um novo acordo de
redistribuição de receitas tributárias com as Províncias.
Segundo o FMI, o governo argentino errou ao adotar a via optativa para a devolução das aplicações bloqueadas por meio de bônus. O Fundo queria a conversão
compulsória dos depósitos presos
em títulos do governo.
Quanto à Lei de Subversão Econômica, o Fundo acha que, por
pressões políticas internas, o governo manteve no texto de outras
leis criminais algumas das mesmas provisões que colocam medo
em executivos estrangeiros.
Sobre o acordo com as Províncias, o FMI quer primeiro ver se
ele funciona antes de comprometer-se com um novo empréstimo.
Essas ressalvas do FMI, feitas reservadamente por funcionários
da instituição, indicam que, apesar dos esforços legislativos feitos
por Duhalde nos últimos dias, a
Argentina pode ainda estar longe
de receber nova ajuda do Fundo.
A Argentina obteve ontem importantes apoios para começar a
negociar com o FMI a liberação
de empréstimo de US$ 9 bilhões.
Apoios
O secretário de Estado norte-americano, Colin Powell, o presidente do BID (Banco Interamericano de Desenvolvimento), Enrique Iglesias, e o ministro espanhol da Economia, Rodrigo Rato, defenderam o rápido envio de
uma missão do Fundo ao país.
Mesmo assim, o presidente do Banco Central, Mario Blejer, não
conseguiu marcar o início das negociações com o FMI.
O governo, que já atendeu ao Fundo e eliminou a Lei de Subversão Econômica e modificou a Lei de Falências, conseguiu ontem fechar o acordo com a Província de
Tierra del Fuego. Agora, 12 dos 24 governadores já concordaram em
reduzir o déficit fiscal em 60%.
Colaborou João Sandrini, de Buenos Aires
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