São Paulo, quinta, 4 de junho de 1998

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PREÇOS
Sem alta do feijão e do arroz, a taxa de maio teria deflação de 0,03%
Fipe prevê para já inflação anual de 2,2% em São Paulo

MAURO ZAFALON
da Redação

A taxa de inflação anual dos paulistanos deve recuar para 2,2% em junho, contra os 3,12% registrados até maio. Essa previsão é de Heron do Carmo, coordenador do Índice de Preços ao Consumidor da Fipe (Fundação Instituto de Pesquisas Econômicas), que espera taxa de 0,5% para este mês.
Segundo o economista da Fipe, a taxa que será registrada em 12 meses até junho deverá ser a inflação de 98. Isso porque os grandes ajustes, principalmente no setor de tarifas públicas, já foram feitos, e a inércia inflacionária acabou.
A inflação só volta a subir se ocorrerem erros na política econômica do governo, acredita Heron do Carmo. No ano passado a taxa de inflação foi de 4,8%. Se a taxa de 2,2% for confirmada em 98, será a menor anual já registrada em São Paulo.
O país vive uma "inflação verde", diz o economista da Fipe. Os alimentos, que inibiram o avanço da taxa no início do Plano Real, são os principais fatores de pressão neste ano.
Em maio, a taxa de inflação em São Paulo foi de 0,52%, devido ao aumento de 0,73% no setor de alimentos. No acumulado de 98, para uma taxa de inflação de apenas 0,99%, ou seja, uma média de 0,2% ao mês, os alimentos já subiram 3,25%.
Mas, mesmo no setor de alimentos, os aumentos estão localizados apenas nos produtos semi-elaborados, que acumulam alta de 7,74% neste ano. Feijão e arroz são os responsáveis pela aceleração.
O estrago desses dois cereais é tão grande que, se os preços deles tivessem ficado estáveis, a taxa de inflação teria registrado queda de 0,03% no mês passado, em vez da alta de 0,52%.
Além do arroz e do feijão, o índice recebeu muita pressão de vestuário no mês passado. A alta foi de 5,34%, mas deve perder força no próximo mês, o que também deve ocorrer com feijão. Já o arroz, devido à oferta reduzida, vai continuar subindo nos mesmos patamares registrados em maio (13%), diz Heron do Carmo.
Os demais setores pesquisados estão com queda de preços. Os custos com habitação recuaram 0,24% no mês passado, enquanto os gastos com transportes caíram 0,32%, principalmente devido à redução nos preços dos combustíveis.
A queda no setor de despesas pessoais foi de 0,99%. Já os custos no setor de saúde e de educação tiveram poucas mudanças.



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