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IPCA também deverá
ter variação negativa
ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL
O IPCA (Índice de Preços ao
Consumidor Amplo), taxa oficial
usada pelo governo no regime de
metas de inflação, também deverá
registrar variação negativa de preços em junho. Projeções revisadas
de economistas apontam para deflação de até 0,1% nesse mês.
A forte redução de preços surpreendeu especialistas que, há
duas semanas, ainda não falavam
em deflação, embora já estimassem inflação muito baixa.
Mas a queda livre dos preços,
principalmente dos de alimentos,
nas últimas semanas levou a
maioria deles a mudar de opinião.
As previsões para o IPCA variam hoje entre 0 e -0,1%.
"Nossa última revisão do IPCA
há duas semanas foi para zero.
Agora, já achamos que zero é o teto. Nosso cenário mais provável é
de uma deflação de 0,1%", afirma
Elson Teles, economista-chefe do
Banco Boreal, que tem um serviço
de coleta de preços.
Alexandre Maia, economista da
Gap Asset Management, também
mudou sua estimativa de 0,16%
para -0,05%. Segundo ele, a queda
de alguns preços e a forte desaceleração nos reajustes de outros
são sinais de que a política monetária arrochada do governo está
surtindo efeito. Isso, segundo ele,
indica que chegou a hora de o
Banco Central fazer um corte
mais agressivo na taxa básica de
juros, hoje em 26% ao ano:
"A realidade hoje de queda de
preços e forte desaceleração econômica pede corte de até dois
pontos percentuais nos juros".
Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Unibanco, também já trabalha com a hipótese de
deflação no IPCA de junho. Mas o
economista lembra que isso não
significa que o país corre o risco
de mergulhar em uma espiral deflacionária.
"Estamos longe disso. O núcleo
de inflação que exclui os reajustes
de tarifas e os preços que têm forte
variação sazonal devem ficar positivos", diz.
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