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São Paulo, sexta-feira, 04 de julho de 2003

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IPCA também deverá ter variação negativa

ÉRICA FRAGA
DA REPORTAGEM LOCAL

O IPCA (Índice de Preços ao Consumidor Amplo), taxa oficial usada pelo governo no regime de metas de inflação, também deverá registrar variação negativa de preços em junho. Projeções revisadas de economistas apontam para deflação de até 0,1% nesse mês.
A forte redução de preços surpreendeu especialistas que, há duas semanas, ainda não falavam em deflação, embora já estimassem inflação muito baixa.
Mas a queda livre dos preços, principalmente dos de alimentos, nas últimas semanas levou a maioria deles a mudar de opinião.
As previsões para o IPCA variam hoje entre 0 e -0,1%.
"Nossa última revisão do IPCA há duas semanas foi para zero. Agora, já achamos que zero é o teto. Nosso cenário mais provável é de uma deflação de 0,1%", afirma Elson Teles, economista-chefe do Banco Boreal, que tem um serviço de coleta de preços.
Alexandre Maia, economista da Gap Asset Management, também mudou sua estimativa de 0,16% para -0,05%. Segundo ele, a queda de alguns preços e a forte desaceleração nos reajustes de outros são sinais de que a política monetária arrochada do governo está surtindo efeito. Isso, segundo ele, indica que chegou a hora de o Banco Central fazer um corte mais agressivo na taxa básica de juros, hoje em 26% ao ano:
"A realidade hoje de queda de preços e forte desaceleração econômica pede corte de até dois pontos percentuais nos juros".
Alexandre Schwartsman, economista-chefe do Unibanco, também já trabalha com a hipótese de deflação no IPCA de junho. Mas o economista lembra que isso não significa que o país corre o risco de mergulhar em uma espiral deflacionária.
"Estamos longe disso. O núcleo de inflação que exclui os reajustes de tarifas e os preços que têm forte variação sazonal devem ficar positivos", diz.


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