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Alta da gasolina
é opção política,
afirma analista
ANA PAULA RIBEIRO
DA FOLHA ONLINE
O governo evita aumentar os
preços dos derivados de petróleo para contornar a polêmica e
não prejudicar seus aliados políticos nas eleições de outubro,
de acordo com Adriano Pires,
da consultoria CBIE (Centro
Brasileiro de Infra-Estrutura).
"O PT não aumenta [os preços], porque a Petrobras é administrada politicamente."
Para o analista, os preços do
diesel estão defasados entre
13% e 15%, e os da gasolina, em
20%. Pires diz que o aumento
dos derivados de petróleo é
inevitável e, "com certeza", ele
irá ocorrer após o segundo turno das eleições municipais.
Ele afirma também que há
uma chance de o reajuste acontecer antes -entre dez ou 15
dias. Isso seria possível caso os
preços internacionais subam
ainda mais e o real se desvalorize em relação ao dólar.
De acordo com Fabiana Fantoni, da Tendências Consultoria, a cotação internacional do
petróleo pode continuar pressionada, a curto prazo, devido
a tensões geopolíticas. A consultoria, porém, calcula que o
barril deve encerrar o ano valendo US$ 34. Ontem, o preço
do barril em Nova York fechou
o dia em US$ 44,15.
Em junho, após o aumento
de 10,8% nos preços da gasolina e de 10,6% do diesel nas refinarias, a ministra Dilma Rousseff (Minas e Energia) disse que
esse reajuste não seria suficiente para compensar as perdas da
Petrobras com a elevação dos
preços dos derivados de petróleo no mercado internacional.
Naquela ocasião, o governo
acreditava que o barril fosse ficar em torno de US$ 35.
O cuidado do governo com o
impacto inflacionário também
é político, diz Pires. "A Petrobras controla artificialmente o
aumento da inflação porque
está querendo beneficiar o partido." O analista diz também
que o lucro da Petrobras será
menor que o registrado no ano
passado. Em 2003, a empresa
lucrou US$ 17,795 bilhões.
A Petrobras não quis comentar sobre os preços dos derivados e informou que está analisando o mercado.
Colaborou a Reportagem Local
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