São Paulo, quarta-feira, 04 de agosto de 2004

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Petrobras admite reajustar preços

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

A Petrobras aumentará novamente o preço dos combustíveis caso verifique que o valor do barril de petróleo vá se estabilizar entre US$ 40 e US$ 45, afirmou ontem o presidente da estatal, José Eduardo Dutra.
O último reajuste aconteceu em 14 de junho -10,6% para a gasolina e 10,8% para o diesel. Desde meados de julho, no entanto, o preço vem subindo no mercado internacional e ultrapassou os US$ 40.
"Não sabemos se vai se consolidar um novo patamar entre US$ 40 e US$ 45 do preço [do barril] do petróleo. Se isso acontecer, a Petrobras, coerente com o que já vinha fazendo, vai fazer ajuste, mas por enquanto não há definição", disse Dutra.
Ele ressaltou, no entanto, que a empresa não vai tomar decisões baseadas no que considera "volatilidade". "A Petrobras não repassa para o consumidor brasileiro a volatilidade permanente do mercado externo. Isso vale tanto para baixo quanto para cima. Nós estamos aguardando definições de patamares", afirmou Dutra.
O barril terminou ontem o dia negociado em Nova York a US$ 44,15, novo recorde histórico. Em Londres, o petróleo encerrou o pregão cotado a US$ 40,64.

Termelétricas
Dutra disse ainda que a Petrobras deverá ter de comprar energia para compensar a falta de gás para as termelétricas do Nordeste. A obrigação é decorrência do novo modelo do setor, regulamentado sexta-feira. O novo modelo determina que todas as geradoras tenham lastro físico da energia que se dispõem a vender.
Em janeiro, a Aneel (Agência Nacional de Energia Elétrica) descobriu que as usinas termelétricas do Nordeste podiam gerar 409 MW médios, e não os 1.195 MW médios com os quais se contava. As usinas não podem gerar mais energia porque a Petrobras não tem como fornecer o gás natural.
"Objetivamente, hoje, não foram construídos gasodutos e não há gás para lastro físico dessas térmicas. Se, no novo modelo, for necessário que a Petrobras venha a adquirir essa energia, ela vai fazê-lo. Vamos cumprir os contratos." Ou seja, a Petrobras vai comprar energia de outras usinas para compensar a quantidade que não é gerada por falta de gás.


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