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Petrobras admite reajustar preços
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
A Petrobras aumentará novamente o preço dos combustíveis
caso verifique que o valor do barril de petróleo vá se estabilizar entre US$ 40 e US$ 45, afirmou ontem o presidente da estatal, José
Eduardo Dutra.
O último reajuste aconteceu em
14 de junho -10,6% para a gasolina e 10,8% para o diesel. Desde
meados de julho, no entanto, o
preço vem subindo no mercado
internacional e ultrapassou os
US$ 40.
"Não sabemos se vai se consolidar um novo patamar entre US$
40 e US$ 45 do preço [do barril]
do petróleo. Se isso acontecer, a
Petrobras, coerente com o que já
vinha fazendo, vai fazer ajuste,
mas por enquanto não há definição", disse Dutra.
Ele ressaltou, no entanto, que a
empresa não vai tomar decisões
baseadas no que considera "volatilidade". "A Petrobras não repassa para o consumidor brasileiro a
volatilidade permanente do mercado externo. Isso vale tanto para
baixo quanto para cima. Nós estamos aguardando definições de
patamares", afirmou Dutra.
O barril terminou ontem o dia
negociado em Nova York a US$
44,15, novo recorde histórico. Em
Londres, o petróleo encerrou o
pregão cotado a US$ 40,64.
Termelétricas
Dutra disse ainda que a Petrobras deverá ter de comprar energia para compensar a falta de gás
para as termelétricas do Nordeste.
A obrigação é decorrência do novo modelo do setor, regulamentado sexta-feira. O novo modelo determina que todas as geradoras
tenham lastro físico da energia
que se dispõem a vender.
Em janeiro, a Aneel (Agência
Nacional de Energia Elétrica) descobriu que as usinas termelétricas
do Nordeste podiam gerar 409
MW médios, e não os 1.195 MW
médios com os quais se contava.
As usinas não podem gerar mais
energia porque a Petrobras não
tem como fornecer o gás natural.
"Objetivamente, hoje, não foram construídos gasodutos e não
há gás para lastro físico dessas térmicas. Se, no novo modelo, for
necessário que a Petrobras venha
a adquirir essa energia, ela vai fazê-lo. Vamos cumprir os contratos." Ou seja, a Petrobras vai comprar energia de outras usinas para
compensar a quantidade que não
é gerada por falta de gás.
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