São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Mercado Aberto

GUILHERME BARROS - guilherme.barros@uol.com.br

Estresse continua, dizem economistas

Depois de alguns dias de uma aparente calmaria, o humor do mercado voltou a azedar ontem após a divulgação de notícias negativas nos Estados Unidos. O que mais assustou foi o rebaixamento da nota do grupo Bear Stearns pela agência de risco Standard & Poor's.
O estresse de ontem no mercado fez com que crescessem as apostas de que o Banco Central deverá mesmo reduzir o ritmo do corte de juros para 0,25 ponto percentual na próxima reunião do Copom. Os números da produção industrial de junho, que mostram a economia mais aquecida do que se previa, ajudaram a formar no mercado essa percepção.
A economista Ana Carla Abrão Costa, da Tendências, diz que essa volatilidade de ontem não deve parar. Sua previsão é de mais instabilidade no começo da semana. "A segunda-feira, po falta de indicadores relevantes -aqui e lá fora-, deve ser igualmente dependente de notícias soltas, o que sugere possibilidade de mais volatilidade" diz.
O economista Alex Agostini, da Austin Rating, também tem a mesma expectativa de que o mercado deve permanecer volátil por mais alguns dia. Ele acha, no entanto, que o problema com mercado de hipotecas ("subprime") nos Estados Unidos não deve contagiar a economia real, que é a grande preocupação do mercado.
"Um desempenho mais fraco do PIB americano no terceiro trimestre em relação ao segundo será reflexo do aperto monetário, e não de problemas gerados no setor de hipotecas, mesmo sabendo que, inevitavelmente, haverá associações dos fatos" diz Agostini.
Segundo o economista, além dos ajustes necessários para estabilizar a atual situação frágil do mercado de hipotecas dos Estados Unidos, o mercado financeiro global deve também dedicar atenção ao preço do barril de petróleo, que, a seu ver, deve voltar para níveis recordes em virtude da temporada de furacões no hemisfério norte e no Golfo do México. A expectativa é que, a partir de meados de agosto, o preço ultrapasse os US$ 80 por barril.

CAMPEÕES DE BELEZA
A Abihpec (de higiene pessoal, perfumaria e cosméticos) e o DEC (Distribuidores Especializados Categorizados) acabam de fechar parceria para determinar quais são as marcas líderes do setor e como é o consumo dos produtos por regiões do país. O DEC atende mais de 55 mil pontos-de-venda em todo o Brasil. O objetivo da pesquisa é reconhecer as campeãs em cada categoria de produto para posicionar as marcas já existentes e auxiliar investidores que desejam apostar no setor. "Com a parceria vamos viabilizar esse tipo de estudo de mercado para pequenas e médias empresas, que hoje não têm acesso", diz João Carlos Basilio da Silva, presidente da Abihpec.

MALAS PRONTAS
A marca de malas de luxo alemã Rimowa escolheu São Paulo para abrigar seu primeiro ponto-de-venda da América do Sul. A grife abre sua primeira loja até o fim deste mês, na rua Vittorio Fasano, nos Jardins. "São Paulo será a porta de entrada para a região sul-americana", diz Erich Funke, diretor da Rimowa no país.

TECIDOS
Em julho, as vendas do segmento de cama, mesa e banho subiram 2,5%, segundo levantamento do Sindicato do Comércio Atacadista de Tecidos de São Paulo. Em setembro deve haver mais alta, quando o comércio começar a se abastecer para o fim de ano.

NA MASSA
São Paulo passou a ser a menina dos olhos da carioca Piraquê. A empresa vai focar na distribuição de seus produtos (biscoitos, massas e margarinas) para todo o Estado. A expectativa é que o faturamento das vendas em São Paulo dobre até o fim do ano que vem.

BOMBOM
A região Sul é a que mais consome balas e confeitos, com um total de 3,38 quilos per capita ao ano, segundo pesquisa da Abicab (associação do setor). Na seqüência aparecem o Nordeste, com 3,31 quilos, o Sudeste, com 2,61 quilos, e o Centro Oeste, com 2,1 quilos. No primeiro semestre, foram produzidas 216 mil toneladas de balas e confeitos, das quais 170 mil foram direcionadAs para o consumo interno.

DÉCIMO TERCEIRO
As contratações da linha de crédito do Banco do Brasil que antecipa o décimo terceiro cresceram 65% em 2007. O valor contratado até segunda é de R$ 90 milhões, ante R$ 54,3 milhões registrados em igual período de 2006. Já o número de operações supera os 170 mil contratos neste ano, acréscimo de 79% ante 2006. A linha foi reaberta em julho e, desde então, foram liberados R$ 44 milhões.

SODA CÁUSTICA
A produção de cloro cresceu 0,9% no primeiro semestre em relação ao mesmo período de 2006. Segundo a Abiclor (Associação Brasileira da Indústria de Álcalis, Cloro e Derivados), o segmento de química e petroquímica, responsável por 94% do consumo de cloro, cresceu 2,3%. A produção da soda cáustica foi 2% maior do que em igual período de 2006. As vendas internas do produto aumentaram 6,2%.

BULA
O Aché Laboratórios investiu cerca de R$ 10 milhões em equipamentos, testes, embalagens e criação de área de hormônios para o lançamento do Levoid. O medicamento, desenvolvido e fabricado no Brasil, é usado para a reposição ou a suplementação hormonal em pacientes com hipotireoidismo. O mercado de remédios para esse tratamento movimentou R$ 180 milhões em 2006.


com ISABELLE MOREIRA LIMA e JOANA CUNHA

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