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Indústria cresce mais e deve elevar PIB
Produção industrial fecha semestre com alta de 4,8%, impulsionada por juros mais baixos, mais emprego e crédito
Resultado positivo atinge 73% dos setores industriais e se acentua no 2º trimestre, criando expectativa de um crescimento maior do PIB
PEDRO SOARES
DA SUCURSAL DO RIO
Impulsionada principalmente pelo consumo interno, a produção da indústria cresceu
4,8% no primeiro semestre de
2007. Segundo Silvio Sales,
coordenador de indústria do
IBGE (Instituto Brasileiro de
Geografia e Estatística), a produção cresceu "em resposta ao
contínuo aumento da demanda
doméstica".
Os fatores que explicam esse
movimento, aponta Sales, são
juros mais baixos, crescimento
do emprego, expectativa positiva de empresário e crédito farto.
Para Sales, a manutenção de
resultados positivos nas exportações -que cresceram 19,9%
no semestre, na contramão das
previsões inicias de queda neste ano- e o bom desempenho
do setor agrícola também ajudaram a indústria no primeiro
semestre.
De acordo com Sales, "a tendência é que a conjuntura econômica favorável", que assegurou o crescimento da indústria
nos primeiros seis meses do
ano, mantenha-se no segundo
semestre.
Efeito no PIB
Diante dos resultados positivos da indústria principalmente no segundo trimestre, economistas já estimam um avanço mais forte do PIB. O crescimento do setor saltou de 3,8%
no primeiro trimestre para
5,8% no segundo na comparação com os mesmos períodos
de 2006.
Com a aceleração, a Mellon
Global Investments espera um
crescimento de 6% no PIB do
segundo trimestre em relação
ao mesmo período de 2006. Na
comparação com o primeiro
trimestre, estima uma alta de
1,2%. A MB Associados prevê
um crescimento de 4,9% ante o
segundo trimestre de 2006.
"A indústria surpreendeu no
segundo trimestre com um
crescimento forte, mais acelerado e mais generalizado, o que
certamente vai se refletir no
PIB", diz a economista Solange
Srour, da Mellon Global Investments. Para Sérgio Vale, da MB,
a "indústria teve uma recuperação robusta" no segundo trimestre, que vai ter reflexo no
PIB.
Investimentos
Para Joel Bogdanski, economista do banco Itaú, já era mais
do que esperado a indústria
crescer sustentada pelo crescimento do consumo interno
num cenário de cortes sucessivos dos juros desde setembro
de 2005 com estabilidade de
preços.
Tal ambiente, diz, é positivo
para empresários investirem
com a demanda em alta e a redução do custo dos financiamentos, como ocorreu no primeiro semestre.
Com isso, a produção de bens
de capital (máquinas e equipamentos) liderou no primeiro
semestre, com crescimento de
16,7%. Cresceu mais intensamente a produção de máquinas
para a indústria (20,8%) e a
agricultura (31%), embora todos os ramos tenham tido alta
acima de 10%.
Na categoria de bens de consumo duráveis (alta de 4,4%), o
destaque foi a produção de veículos, que cresceu 8,9% sob
efeito da ampliação do crédito.
Crescimento generalizado
O ramo que mais contribuiu
para o desempenho do semestre foi o de equipamentos de informática (21,2%). Já o principal efeito negativo veio do setor
de material eletrônico e de comunicações (-9,2%), afetado
pela queda das exportações de
celulares.
Tanto Vale, da MB, como Sales, do IBGE, ressaltaram ainda
como ponto positivo o fato de o
crescimento da indústria estar
mais generalizado do que em
épocas anteriores. Em 2006,
56% dos setores tiveram crescimento. O percentual subiu para
73% no segundo trimestre deste ano.
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