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Brasil quer acelerar ingresso da Venezuela no Mercosul
Celso Amorim diz que tentará reduzir resistências de parlamentares brasileiros
Em encontro com chanceler argentino, ministro também confirma projeto conjunto de construção de uma nova hidrelétrica no rio Uruguai
DA SUCURSAL DE BRASÍLIA
O Brasil quer acelerar o processo de entrada da Venezuela
no Mercosul. A informação foi
dada ontem pelo chanceler Celso Amorim, que pretende conversar com os parlamentares
brasileiros sobre o tema nos
próximos dias. Nesse encontro,
o ministro vai tentar convencer
senadores e deputados que se
mostraram contrários à iniciativa após embate entre o Congresso e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, no episódio
de não-renovação da concessão
da RCTV no país.
Amorim disse que ainda não
falou com os parlamentares
brasileiros após a troca de farpas que começou no final de
maio. "Não tive oportunidade
de falar com eles. Gostaria de
ouvi-los, sentir como eles receberam [o episódio]. Isso é importante para a minha própria
visão", disse.
Em entrevista, Amorim disse
diversas vezes que o Brasil tem
interesse em acelerar esse processo de ingresso da nação vizinha. "Temos todo o interesse."
A relação entre o Congresso
brasileiro e a Venezuela começou a piorar em 30 de maio,
quando o Senado aprovou uma
moção contra a decisão do governo local de fechar o canal de
televisão RCTV, principal opositor ao governo Chávez. Como
reação, o presidente venezuelano chamou o parlamento brasileiro de "papagaio de Washington" em referência a suposta
aproximação com as idéias políticas de George W. Bush.
Amorim também anunciou
que o Brasil vai sediar nova reunião de ministros econômicos
sobre o projeto do Banco do Sul
-instituição de fomento multinacional formada pelos países
da América do Sul. O encontro
será em 23 de agosto no Rio.
Usina
Ao lado do chanceler argentino, Jorge Taiana, o brasileiro
anunciou que os dois países
têm projeto conjunto de construção de uma nova usina hidrelétrica no rio Uruguai. O
projeto da Usina de Garabi, no
município de Garruchos, no
noroeste do Rio Grande do Sul,
seria uma forma conjunta de
atender à crescente demanda
por energia nos dois países.
Taiana lembrou, inclusive,
que a expectativa de crescimento mais rápido das duas
economias faz com que projetos desse tipo tenham prioridade. O tema energético foi um
dos principais na reunião de
cerca de duas horas e meia entre os diplomatas dos dois sócios do Mercosul.
Com problemas de abastecimento de energia, a Argentina
aumentou a importação de
energia brasileira nos últimos
meses. Além disso, acertou o
envio de parte do gás contratado pelo Brasil com a Bolívia,
mas que não vem sendo usado.
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