São Paulo, sábado, 04 de agosto de 2007

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Brasil quer acelerar ingresso da Venezuela no Mercosul

Celso Amorim diz que tentará reduzir resistências de parlamentares brasileiros

Em encontro com chanceler argentino, ministro também confirma projeto conjunto de construção de uma nova hidrelétrica no rio Uruguai

DA SUCURSAL DE BRASÍLIA

O Brasil quer acelerar o processo de entrada da Venezuela no Mercosul. A informação foi dada ontem pelo chanceler Celso Amorim, que pretende conversar com os parlamentares brasileiros sobre o tema nos próximos dias. Nesse encontro, o ministro vai tentar convencer senadores e deputados que se mostraram contrários à iniciativa após embate entre o Congresso e o presidente venezuelano, Hugo Chávez, no episódio de não-renovação da concessão da RCTV no país.
Amorim disse que ainda não falou com os parlamentares brasileiros após a troca de farpas que começou no final de maio. "Não tive oportunidade de falar com eles. Gostaria de ouvi-los, sentir como eles receberam [o episódio]. Isso é importante para a minha própria visão", disse.
Em entrevista, Amorim disse diversas vezes que o Brasil tem interesse em acelerar esse processo de ingresso da nação vizinha. "Temos todo o interesse."
A relação entre o Congresso brasileiro e a Venezuela começou a piorar em 30 de maio, quando o Senado aprovou uma moção contra a decisão do governo local de fechar o canal de televisão RCTV, principal opositor ao governo Chávez. Como reação, o presidente venezuelano chamou o parlamento brasileiro de "papagaio de Washington" em referência a suposta aproximação com as idéias políticas de George W. Bush.
Amorim também anunciou que o Brasil vai sediar nova reunião de ministros econômicos sobre o projeto do Banco do Sul -instituição de fomento multinacional formada pelos países da América do Sul. O encontro será em 23 de agosto no Rio.

Usina
Ao lado do chanceler argentino, Jorge Taiana, o brasileiro anunciou que os dois países têm projeto conjunto de construção de uma nova usina hidrelétrica no rio Uruguai. O projeto da Usina de Garabi, no município de Garruchos, no noroeste do Rio Grande do Sul, seria uma forma conjunta de atender à crescente demanda por energia nos dois países.
Taiana lembrou, inclusive, que a expectativa de crescimento mais rápido das duas economias faz com que projetos desse tipo tenham prioridade. O tema energético foi um dos principais na reunião de cerca de duas horas e meia entre os diplomatas dos dois sócios do Mercosul.
Com problemas de abastecimento de energia, a Argentina aumentou a importação de energia brasileira nos últimos meses. Além disso, acertou o envio de parte do gás contratado pelo Brasil com a Bolívia, mas que não vem sendo usado.


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